domingo, 25 de dezembro de 2016


Dewar Eletromagnético

 

                            Como eu já disse, gravinércia zero, º K e teleporte são a mesmíssima coisa. Se segue que podemos remeter uma partícula desde a Terra até 50 km  de altura (ou qualquer distância) dado um piparote, um empurrãozinho de nada nela. Ela sumirá aqui e reemergirá lá adiante. Conforme eu vinha pensando antes, seria necessário afastar todas as partículas até a distância de Planck (10-35 m) para, fugindo ao universo, mergulhando fundo, mergulhando “por baixo dele”, emergir lá longe, escapando à inércia, que tende a segurar tudo.

                            Agora, se em º K encontramos a porta ou passagem, naturalmente não precisamos ir até os buracos negros, onde qualquer nave seria estraçalhada pelos efeitos de maré. E muito menos ficar pensando em emergir num buraco branco, porque, se a matéria/energia e a radiação são expulsas nas bocas brancas, os big bangs de todo tamanho, as explosões de supernovas são naturalmente cataclísmicas.

                            É diferente pensar que em zero Kelvin podemos fazer a transição. Uma partícula pode ser enviada a qualquer parte do universo SE NÃO TOCAR EM NADA, porque, desde quando toque começará a receber movimento ou temperatura, daí massa, inércia, e peso, gravidade, seguindo-se sua paralisação. Deverá ser envolta num campo magnético, de modo a impedir-se totalmente que toque em qualquer coisa.

                            Para objetos grandes fica mais difícil.

                            A cristalização em ZK (zero kelvin) é possível, mas na medida em que o objeto viajasse a velocidades hiperluminais, maiores que a da luz, as camadas exteriores seriam detidas pela inércia ou temperatura ou velocidades maiores que ZK, enquanto as camadas mais de dentro prosseguiriam – o objeto deixaria um rastro de desintegração (isso pode ser usado para desintegrar objetos). Cabe aqui também a garrafa magnética.

                            Se trata de ENGANAR O UNIVERSO, envolvendo o objeto com um manto que não possa ser trilhado pela inércia nem pela gravidade – para todos os efeitos o objeto não se encontra lá.

                            Em todo caso, deve ser duplo manto, porque o que está fora (o universo) deve encontrar-se apenas com a separação magnética, enquanto o que está dentro também, na segunda folha de separação. Entre ambas a condição de ZK. Então, quando o universo enviar as partículas medidoras e a cola de retenção gravinercial, que dizer, o campartícula gravinercial, deparará com um buraco, um vazio, nada tendo a denotar. Dentro estará ainda a gravinércia própria do objeto, que é bem diminuta mesmo. Se a aceleração a pequena quantidade de G’s (gravidades) já provoca danos, imagine a aceleração quase infinita a velocidades super-luminais, acima da velocidade da luz! E depois a desaceleração! A contenção da dupla-folha magnética deve ser bastante poderosa, não podendo haver vazamento nenhum, ou as conseqüências seriam trágicas, com disrupção ou rompimento total. Isso em se falando de objetos inertes – imagine a situação de seres, quaisquer uns, em especial os humanos.

                            O problema fica sendo que enviar é fácil, trazer é que é difícil. Ao contrário do que se mostra em filmes de FC, o problema principal (mas é sempre problema) não é emergir dentro de uma estrela ou um planeta ou o que seja, mas sim no espaço “vazio”, que é, todavia, cheio, e para tal objeto MUITO CHEIO. Para se ter idéia, o Sol tem 1,3 milhão de km de diâmetro e isso é apenas quatro segundos-luz, ao passo que ele se insere num cubo de 4,5 anos-luz (a distância até Alfa do Centauro, a estrela mais próxima – seria 4,5/2 vezes dois, pois há que contar para o outro lado; então, 4,5 AL mesmo como lado do quadrado que compõe uma das seis faces do cubo), ou seja, (4,5 AL)3 = mais de 90 AL3. Um AL = 365,25 x 24 x 3.600 x 300.000 km/s. O Sol é, por comparação, um pontinho “insignificante”, e o restante do sistema solar mais ainda, pois todos os planetas juntos tem menos de um milésimo da massa do Sol. Ainda fica o problema, mas é mínimo. Talvez seja até o contrário, a desaceleração súbita a velocidades tão imensas pode destroçar uma estrela, sei lá. Esses objetos seriam armas inacreditavelmente poderosas.

                            Enfim, se for factível, os problemas a solucionar são em número muito grande. Gabriel, como muitos antes dele, como a FC faz tempo diz, pensou em enviar câmaras fotográficas. O problema mais agudo é como, ao chegar lá, onde quer que fosse, voltar; o que redirecionaria o objeto para trás, o que o empurraria de volta? E, principalmente, o que haveria de mirar a Terra, exatamente (e por exatamente o que estou entendendo o SS)?

                            Vitória, domingo, 25 de agosto de 2002.

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