Dewar Eletromagnético
Como
eu já disse, gravinércia zero, º K e teleporte são a mesmíssima coisa. Se segue
que podemos remeter uma partícula desde a Terra até 50 km de altura (ou qualquer distância) dado um
piparote, um empurrãozinho de nada nela. Ela sumirá aqui e reemergirá lá
adiante. Conforme eu vinha pensando antes, seria necessário afastar todas as
partículas até a distância de Planck (10-35 m) para, fugindo ao
universo, mergulhando fundo, mergulhando “por baixo dele”, emergir lá longe,
escapando à inércia, que tende a segurar tudo.
Agora,
se em º K encontramos a porta ou passagem, naturalmente não precisamos ir até
os buracos negros, onde qualquer nave seria estraçalhada pelos efeitos de maré.
E muito menos ficar pensando em emergir num buraco branco, porque, se a
matéria/energia e a radiação são expulsas nas bocas brancas, os big bangs de
todo tamanho, as explosões de supernovas são naturalmente cataclísmicas.
É
diferente pensar que em zero Kelvin podemos fazer a transição. Uma partícula
pode ser enviada a qualquer parte do universo SE NÃO TOCAR EM NADA, porque,
desde quando toque começará a receber movimento ou temperatura, daí massa,
inércia, e peso, gravidade, seguindo-se sua paralisação. Deverá ser envolta num
campo magnético, de modo a impedir-se totalmente que toque em qualquer coisa.
Para
objetos grandes fica mais difícil.
A
cristalização em ZK (zero kelvin) é possível, mas na medida em que o objeto
viajasse a velocidades hiperluminais, maiores que a da luz, as camadas
exteriores seriam detidas pela inércia ou temperatura ou velocidades maiores
que ZK, enquanto as camadas mais de dentro prosseguiriam – o objeto deixaria um
rastro de desintegração (isso pode ser usado para desintegrar objetos). Cabe
aqui também a garrafa magnética.
Se
trata de ENGANAR O UNIVERSO, envolvendo o objeto com um manto que não possa ser
trilhado pela inércia nem pela gravidade – para todos os efeitos o objeto não
se encontra lá.
Em
todo caso, deve ser duplo manto, porque o que está fora (o universo) deve encontrar-se
apenas com a separação magnética, enquanto o que está dentro também, na segunda
folha de separação. Entre ambas a condição de ZK. Então, quando o universo
enviar as partículas medidoras e a cola de retenção gravinercial, que dizer, o
campartícula gravinercial, deparará com um buraco, um vazio, nada tendo a
denotar. Dentro estará ainda a gravinércia própria do objeto, que é bem
diminuta mesmo. Se a aceleração a pequena quantidade de G’s (gravidades) já
provoca danos, imagine a aceleração quase infinita a velocidades
super-luminais, acima da velocidade da luz! E depois a desaceleração! A
contenção da dupla-folha magnética deve ser bastante poderosa, não podendo
haver vazamento nenhum, ou as conseqüências seriam trágicas, com disrupção ou
rompimento total. Isso em se falando de objetos inertes – imagine a situação de
seres, quaisquer uns, em especial os humanos.
O
problema fica sendo que enviar é fácil, trazer é que é difícil. Ao contrário do
que se mostra em filmes de FC, o problema principal (mas é sempre problema) não
é emergir dentro de uma estrela ou um planeta ou o que seja, mas sim no espaço
“vazio”, que é, todavia, cheio, e para tal objeto MUITO CHEIO. Para se ter
idéia, o Sol tem 1,3 milhão de km de diâmetro e isso é apenas quatro segundos-luz,
ao passo que ele se insere num cubo de 4,5 anos-luz (a distância até Alfa do
Centauro, a estrela mais próxima – seria 4,5/2 vezes dois, pois há que contar
para o outro lado; então, 4,5 AL mesmo como lado do quadrado que compõe uma das
seis faces do cubo), ou seja, (4,5 AL)3 = mais de 90 AL3.
Um AL = 365,25 x 24 x 3.600 x 300.000 km/s. O Sol é, por comparação, um
pontinho “insignificante”, e o restante do sistema solar mais ainda, pois todos
os planetas juntos tem menos de um milésimo da massa do Sol. Ainda fica o
problema, mas é mínimo. Talvez seja até o contrário, a desaceleração súbita a
velocidades tão imensas pode destroçar uma estrela, sei lá. Esses objetos
seriam armas inacreditavelmente poderosas.
Enfim,
se for factível, os problemas a solucionar são em número muito grande. Gabriel,
como muitos antes dele, como a FC faz tempo diz, pensou em enviar câmaras
fotográficas. O problema mais agudo é como, ao chegar lá, onde quer que fosse,
voltar; o que redirecionaria o objeto para trás, o que o empurraria de volta?
E, principalmente, o que haveria de mirar a Terra, exatamente (e por exatamente
o que estou entendendo o SS)?
Vitória,
domingo, 25 de agosto de 2002.
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