Central de Negócios
No livro Não
Durma no Ponto (o que você precisa saber para chegar lá), São Paulo, Gente,
1999, p. 47, o autor, Roberto Adami Tranjan, diz na nota 4: “Empresa
Progressista é aquela que prosperará na Era do Conhecimento (...)”.
Como mínimo fica
cravado o conceito de Era do Conhecimento. É claro, todas as eras são do
conhecimento, a humanidade não vive de outra coisa. Aliás, espécie nenhuma.
Deveríamos precisar que esta é, depois do Escravismo e do Feudalismo, a Era
do Conhecimento Capitalista (veja o texto Era do Conhecimento, se eu
tiver tempo de escrever), e de terceira onda, claro. Não tocaremos diretamente
nesse ponto, agoraqui, e sim em outro.
Tomando certo que
seja, como ele diz, a Era do Conhecimento, o que devemos fazer frente a ela?
Se é EC, então tudo
nela deve ser relativo ao conhecimento.
Porisso se fôssemos
colocar uma, deveria ser uma Central de Negócios de Conhecimento, quer
dizer, de transferência, de compra e venda de conhecimentos variados.
Deveríamos ver-nos como vendedores e compradores de conhecimentos, de
info-controles, até chegando a ter um Banco de IC, conforme eu já sugeri.
No livro de Kevin
Davies, Decifrando o Genoma (a corrida para desvendar o DNA humano), São
Paulo, Cia. das Letras, 2001, Venter, o criador da Celera, perguntado sobre que
tipo de companhia era a sua, disse que ele não estava vendendo produtos da
Biologia e sim informações. Lógico, SÃO INFORMAÇÕES BIOLÓGICAS, não há como
negar, mas são, antes de tudo, informações, porque não existe nada além disso e
de controle, mutuamente intercambiáveis.
Então, para começar,
teremos sempre CENTRAIS DE CONHECIMENTO. Ora, se produtos em geral são mais
pesados e perfeitamente furtáveis, mais ainda o é o conhecimento, de modo que a
única maneira de não ser garfado é andar adiante numa velocidade tão
estonteante que não haja modo de tirarem-nos tudo, e desejavelmente percamos
bem pouco. Um volume tão extraordinário de info-controle que seja virtualmente
inexpugnável. E do mesmo modo estaremos misturando os nossos com os dos outros,
interpenetrando, de modo a exponencializar ainda mais rápido.
Nossas centrais de
negócios devem ser vistas como pontos de troca e de combinação de info-controle
ou comunicação, espalhando os agentes num ritmo crescente, até que tenhamos
negócios com virtualmente todas as criaturas. Multiplicação virótica, usando os
próprios vírus como contaminantes dos outros. Extrema maleabilidade ou
flexibilidade, soltando tudo, criando modelos de gerência anti-cristalizantes,
anti-enrijecedores. A própria voracidade alheia, seu atabalhoamento nos trará
os elementos de que necessitamos. Quer dizer, usar a avidez dos vermes para
atraí-los para co-digestão. Deixemo-los vir. Quando chegarem nos alimentaremos
mutuamente, em mutualismo.
Vitória, domingo, 25
de agosto de 2002.
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