Excesso de Símbolos e
Cores e a Simplificação da Humanidade
Quando a gente passa na Glória, em Vila
Velha, há centenas de lojas umas coladas às outras, seqüencialmente por milhares
de metros de ruas e avenidas, os moradores estando nos segundos andares;
particularmente situa-se lá o Pólo de Confecções da Glória, famoso em todo o
estado por ser grande e vender “barato”.
Você pode reparar que temos - mesmo os mais
pobres - muitas peças de roupas, sapatos e, além disso, as mulheres suas
bijuterias. São muito coloridas. Tudo é muito colorido, hoje em dia, de casas a
vestimentas, por contraste com o apagadíssimo ou cinza século XIX. De uma
estrema pobreza de cores passamos ao caos total do excesso de letras em
letreiros e anúncios, em toda parte. Se fosse feita uma pesquisa (seria muito
interessante) creio que ela apontaria os excessos do trajar tanto em quantidade
quanto em cores e nem porisso somos mais felizes hoje; talvez seja o contrário,
pois tal excesso não trouxe paz a nossas almas, nem felicidade notável. Por
mais que compremos e usemos nunca estamos alegres, as pessoas estão sempre
irritadiças, até mesmo furibundas, enfurecidas.
E tais excessos nos levam a guardar
informações demais dos contrastes de cores, já que a tendência da memória é
absorver tudo como indicação pessoambiental. A memória fica entulhada desses descomedimentos.
Usarmos no futuro todos ou quase todos apenas cores calmantes ou o branco
simplificaria nossa memória e instalaria um propósito de simplificação d’alma:
singeleza.
Quanto aos letreiros, está vindo o tempo de
GPS universal no qual os aparelhinhos falarão das lojas (ou compraremos pela
internet) e de tudo que têm dentro e em todas as outras nas proximidades, até
qual distância percorrível, e não serão necessários tantos letreiros
apelativos, cada qual tentando se sobrepor aos demais.
BRANCO
PARA SIMPLIFICAR
(ou verde ou qualquer cor calmante)
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Ao olharmos para as pessoas não veríamos as
cores e os contrastes delas e sim os seres mesmo, a humanidade atualmente
expatriada pela alienação.
Vitória, sábado, 23 de junho de 2007.
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