sábado, 18 de agosto de 2018


Excesso de Símbolos e Cores e a Simplificação da Humanidade

 

Quando a gente passa na Glória, em Vila Velha, há centenas de lojas umas coladas às outras, seqüencialmente por milhares de metros de ruas e avenidas, os moradores estando nos segundos andares; particularmente situa-se lá o Pólo de Confecções da Glória, famoso em todo o estado por ser grande e vender “barato”.

Você pode reparar que temos - mesmo os mais pobres - muitas peças de roupas, sapatos e, além disso, as mulheres suas bijuterias. São muito coloridas. Tudo é muito colorido, hoje em dia, de casas a vestimentas, por contraste com o apagadíssimo ou cinza século XIX. De uma estrema pobreza de cores passamos ao caos total do excesso de letras em letreiros e anúncios, em toda parte. Se fosse feita uma pesquisa (seria muito interessante) creio que ela apontaria os excessos do trajar tanto em quantidade quanto em cores e nem porisso somos mais felizes hoje; talvez seja o contrário, pois tal excesso não trouxe paz a nossas almas, nem felicidade notável. Por mais que compremos e usemos nunca estamos alegres, as pessoas estão sempre irritadiças, até mesmo furibundas, enfurecidas.

E tais excessos nos levam a guardar informações demais dos contrastes de cores, já que a tendência da memória é absorver tudo como indicação pessoambiental. A memória fica entulhada desses descomedimentos. Usarmos no futuro todos ou quase todos apenas cores calmantes ou o branco simplificaria nossa memória e instalaria um propósito de simplificação d’alma: singeleza.

Quanto aos letreiros, está vindo o tempo de GPS universal no qual os aparelhinhos falarão das lojas (ou compraremos pela internet) e de tudo que têm dentro e em todas as outras nas proximidades, até qual distância percorrível, e não serão necessários tantos letreiros apelativos, cada qual tentando se sobrepor aos demais.

BRANCO PARA SIMPLIFICAR (ou verde ou qualquer cor calmante)

http://www.lesbonsmoments.kit.net/petalas05.jpg
http://www.rugbybrasil.com.br/rugbybrasil/imagens/Camisa_RB_branca_reduz.jpg

Ao olharmos para as pessoas não veríamos as cores e os contrastes delas e sim os seres mesmo, a humanidade atualmente expatriada pela alienação.

Vitória, sábado, 23 de junho de 2007.

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