sábado, 21 de outubro de 2017


Quase Tudo que é Grande na Província é Notícia de Outros Sucessos Ainda Maiores

 

                            Quando na infância víamos o Porto de Vitória ficávamos espantadíssimos com as gigantescas dimensões dele e, depois, do Porto de Capuaba, faz alguns anos redenominado Porto de Vila Velha (abandonaram um nome distintíssimo por um completamente comum por puro bairrismo idiota). Agora, quando ouvimos falar e vemos imagens (embora não-comparativamente como deveria ser) dos grandes portos de Hamburgo, de Nova Iorque, de Amsterdã e outros vemos que na realidade o Porto de Vitória é pequeno, ainda que o conjunto dos portos do Espírito Santo rivalize com os maiores do mundo. Foi como quando vi em 2000 - por ocasião das comemorações mal-feitas por Fernando Henrique Cardoso e sua trupe - no porto a réplica malsucedida de uma das caravelas que trouxeram os descobridores em 1500: ela ficava lá embaixo em relação ao patamar da área de carga onde os grandes navios despontam lá para cima. Foi uma decepção.

                            Mas há grandes empresas nesta província do Espírito Santo.

                            Por exemplo, a CVRD Companhia Vale do Rio Doce, que tem sede noutro lugar, lidando com venda de minérios e de pelotas, além de produção siderúrgica, e a CST Companhia Siderúrgica de Tubarão que faz parte do supergrupo espanhol Arcelor são empresas líderes mundiais em seus segmentos. Nem tudo que há no ES é pequeno e insignificante, mas no geral longe está de emparelhar com os grandes do mundo, dado o ES ter no máximo em torno de 1/2.000 da atual renda mundial anual. Há sucessos muito maiores em muitos lugares da Terra e constantemente os capixabas somos obrigados a olhar para fora, para as notícias constantes que vem de lá; quase nunca sai algo de relevante daqui porque as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) são tímidas e os AMBIENTES (cidades/municípios, estado, representação nacional e até representação mundial, que se apequena ao chegar) são tacanhos, simplórios. Fecham-se em vez de se abrirem. São acanhados de alma, porisso nunca crescem.

                            Assim, quando ouvimos alguma notícia daqui sempre pensamos que devem existir outras maiores ainda lá fora, o que leva a ainda maior constrição d’alma, pois corriqueiramente deduzimos ser inútil publicar, já que outros devem ter feito primeiro. Nem sempre é o caso, claro, como não foi no caso desse modelo que construí.

                            Vitória, Quarta-feira, 03 de Agosto de 2005.

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