Quase
Tudo que é Grande na Província é Notícia de Outros Sucessos Ainda Maiores
Quando na infância víamos
o Porto de Vitória ficávamos espantadíssimos com as gigantescas dimensões dele
e, depois, do Porto de Capuaba, faz alguns anos redenominado Porto de Vila
Velha (abandonaram um nome distintíssimo por um completamente comum por puro
bairrismo idiota). Agora, quando ouvimos falar e vemos imagens (embora
não-comparativamente como deveria ser) dos grandes portos de Hamburgo, de Nova
Iorque, de Amsterdã e outros vemos que na realidade o Porto de Vitória é
pequeno, ainda que o conjunto dos portos do Espírito Santo rivalize com os
maiores do mundo. Foi como quando vi em 2000 - por ocasião das comemorações mal-feitas
por Fernando Henrique Cardoso e sua trupe - no porto a réplica malsucedida de
uma das caravelas que trouxeram os descobridores em 1500: ela ficava lá embaixo
em relação ao patamar da área de carga onde os grandes navios despontam lá para
cima. Foi uma decepção.
Mas há grandes
empresas nesta província do Espírito Santo.
Por exemplo, a CVRD
Companhia Vale do Rio Doce, que tem sede noutro lugar, lidando com venda de
minérios e de pelotas, além de produção siderúrgica, e a CST Companhia
Siderúrgica de Tubarão que faz parte do supergrupo espanhol Arcelor são
empresas líderes mundiais em seus segmentos. Nem tudo que há no ES é pequeno e
insignificante, mas no geral longe está de emparelhar com os grandes do mundo,
dado o ES ter no máximo em torno de 1/2.000 da atual renda mundial anual. Há
sucessos muito maiores em muitos lugares da Terra e constantemente os capixabas
somos obrigados a olhar para fora, para as notícias constantes que vem de lá;
quase nunca sai algo de relevante daqui porque as PESSOAS (indivíduos,
famílias, grupos e empresas) são tímidas e os AMBIENTES (cidades/municípios,
estado, representação nacional e até representação mundial, que se apequena ao
chegar) são tacanhos, simplórios. Fecham-se em vez de se abrirem. São acanhados
de alma, porisso nunca crescem.
Assim, quando
ouvimos alguma notícia daqui sempre pensamos que devem existir outras maiores
ainda lá fora, o que leva a ainda maior constrição d’alma, pois
corriqueiramente deduzimos ser inútil publicar, já que outros devem ter feito
primeiro. Nem sempre é o caso, claro, como não foi no caso desse modelo que
construí.
Vitória,
Quarta-feira, 03 de Agosto de 2005.
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