segunda-feira, 25 de setembro de 2017


O Pai de Todos Eles

 

                            Para reescrever a estória de Drácula venho imaginando solução para cada uma das ilações ou conclusões da lenda, pensando torná-las críveis, quer dizer, aprofundar a lógica interna para manifestar a dúvida na cabeça das pessoas.

                            Primeiramente achei um título - Autobiografia em Vermelho - que coloca “vermelho” remontando a sangue; biografia para a vida de alguém; e auto para indicar autoria, que seria não de Drácula, mas quem estava antes dele e o tornou o que ficou sendo na invenção: no começo muito tempo atrás o vampiro (na Rede Cognata = DEUS = DEMÔNIO = DOENÇA = VÍRUS = TROÇA = TRAIÇÃO e muitas outras traduções) original, o criador de todos os outros. Uma solução que um filme menor trilhou foi colocar Judas como sendo o condenado original, o que o liga a Cristo, sugerindo que a Santa Ceia teria sido, na partilha do pão (e corpo de Cristo) e do vinho (e sangue de Jesus) a verdadeira origem, o que em conjunto proporia blasfemamente uma ligação espúria com Jesus Cristo. Isso eu não queria fazer, era o caminho mais fácil indicado pela preleção do filme menor. Assim, conduzi noutra direção, que remete ao futuro e abre nas duas direções: ) o passado remoto, até onde fosse; (ф) o presente, com mil desdobramentos; ( o futuro distante. Um amplo leque se abriria sem o perigo (e a injúria de ligá-lo a Cristo) implícito do outro.

                            Isso permitirá depois do filme piloto (que estaria desenhado em largas linhas) três seriados, um voltado para o passado, representando tudo que conhecemos e não conhecemos, a pesquisar; outro para o presente, com toda rede de conseqüência alucinadas e alucinatórias (dado que é franca ficção, muito livre); mais uma, esta voltada para o futuro de próximo a longínquo. Todas três abertas para criação contínua por parte dos coparticipantes.

                            TRÊS DENTÕES

 
Passado
 
 
Presente
 
 
Futuro

Agora estou pronto a prosseguir com o título duplo: Autobiografia em Vermelho: Eu Sou o Pai de Todos Eles (que cheira a arrogância).

Vitória, quinta-feira, 12 de maio de 2005.

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