domingo, 20 de agosto de 2017


Os Meninos Arrancados às Mães

 

                            Olhando o Modelo da Caverna (para a Expansão dos Sapiens) podemos nitidamente ver que havia necessária e logicamente uma faixa dos 13 (idade escolhida com base na tradição judaica do bar miztva) aos 20 anos ou algo assim em que os meninos eram tirados da comunidade (veja neste Livro 104 o artigo O Salto Brutal do Menino) para serem guerreiros, para SEREM TRANSFORMADOS NO CONTRÁRIO, o que certamente tem trazido muitos problemas ao mundo no decorrer dos últimos milhões de anos. Os espartanos não estavam inovando em nada no seu estado militar, pelo contrário, estavam recuperando memórias muito antigas. Os outros é que, civilizando-se ou urbanizando-se, esqueceram o passado que, embora brutal, era bem vindo para o jovem guerreiro porque era o destaque total em relação aos 80 a 90 % da tribo que ficavam para trás, indistintos. Havia um salto do desconhecido para a fama, destacando-se como um em cada oito ou um em cada nove e podendo relacionar-se com as fêmeas, obter futuro através de filhos, matar grandes animais, trazer presentes – era uma quantidade de incomparáveis emoções e poderes novos. Num instante era menino, quer dizer, menina, noutro era o poderoso e nobre guerreiro, mas não sem antes atravessar rito de passagem muito grosseiro e cruel e de servir a todos e cada um nas atividades mais enxovalhantes que eram encontradas. E sem poder dar um pio. Num instante estava no meio de todos e com a perda das brincadeiras infantis iria, no instante seguinte, ENFRENTAR o mundo, bater de frente contra ele e correr o risco de morrer, para sustentar com proteínas a tribo – oito ou nove dependentes para cada guerreiro, como já mostrado. Assim, se era traumático esse golpe de arrancar os meninos às mães e num primeiro momento produzia muito choro incontido num segundo momento era motivo de eterno agradecimento, de forma que na próxima vez quando era o momento de aceitar os calouros os guerreiros já provados o faziam sem piedade, sem nenhuma misericórdia, sem trauma de consciência, porque depois da passagem estava a glória das caçadas, dos grandes espaços, a fuga das tarefas pequenas e “mesquinhas”, o ir além da repetição cíclica das mulheres, daquele trabalho que nunca se renovava, que se repetia eternamente.

                            Esparta realmente apenas retomou essa coisa antiga de tirar os meninos das mães e certamente não foi sem o consentimento delas, pelo contrário, deve ter acontecido depois de um período de grande afrouxamento com os “metros sexuais” de antigamente.

                            Vitória, domingo, 12 de dezembro de 2004.

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