Os Meninos Arrancados
às Mães
Olhando o Modelo da
Caverna (para a Expansão dos Sapiens) podemos nitidamente ver que havia
necessária e logicamente uma faixa dos 13 (idade escolhida com base na tradição
judaica do bar miztva) aos 20 anos ou algo assim em que os meninos eram tirados
da comunidade (veja neste Livro 104 o artigo O Salto Brutal do Menino) para serem guerreiros, para SEREM
TRANSFORMADOS NO CONTRÁRIO, o que certamente tem trazido muitos problemas ao
mundo no decorrer dos últimos milhões de anos. Os espartanos não estavam
inovando em nada no seu estado militar, pelo contrário, estavam recuperando
memórias muito antigas. Os outros é que, civilizando-se ou urbanizando-se,
esqueceram o passado que, embora brutal, era bem vindo para o jovem guerreiro
porque era o destaque total em relação aos 80 a 90 % da tribo que ficavam para
trás, indistintos. Havia um salto do desconhecido para a fama, destacando-se
como um em cada oito ou um em cada nove e podendo relacionar-se com as fêmeas,
obter futuro através de filhos, matar grandes animais, trazer presentes – era
uma quantidade de incomparáveis emoções e poderes novos. Num instante era
menino, quer dizer, menina, noutro era o poderoso e nobre guerreiro, mas não
sem antes atravessar rito de passagem muito grosseiro e cruel e de servir a
todos e cada um nas atividades mais enxovalhantes que eram encontradas. E sem
poder dar um pio. Num instante estava no meio de todos e com a perda das
brincadeiras infantis iria, no instante seguinte, ENFRENTAR o mundo, bater de
frente contra ele e correr o risco de morrer, para sustentar com proteínas a
tribo – oito ou nove dependentes para cada guerreiro, como já mostrado. Assim,
se era traumático esse golpe de arrancar os meninos às mães e num primeiro
momento produzia muito choro incontido num segundo momento era motivo de eterno
agradecimento, de forma que na próxima vez quando era o momento de aceitar os
calouros os guerreiros já provados o faziam sem piedade, sem nenhuma
misericórdia, sem trauma de consciência, porque depois da passagem estava a
glória das caçadas, dos grandes espaços, a fuga das tarefas pequenas e
“mesquinhas”, o ir além da repetição cíclica das mulheres, daquele trabalho que
nunca se renovava, que se repetia eternamente.
Esparta realmente
apenas retomou essa coisa antiga de tirar os meninos das mães e certamente não
foi sem o consentimento delas, pelo contrário, deve ter acontecido depois de um
período de grande afrouxamento com os “metros sexuais” de antigamente.
Vitória, domingo, 12
de dezembro de 2004.
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