terça-feira, 22 de agosto de 2017


Os Honestíssimos Prefeitos e o País Riquíssimo

 

                            Dia 01/01/2005 eu estava no posto fiscal José do Carmo, divisa com o Rio de Janeiro, e o colega RS, que tem para os lados de Vila Velha 18 alqueires onde suas vacas produzem leite que ele transforma com seus operários em iogurte, contou que foi a Mimoso do Sul e visitou a residência do ex-prefeito de lá. Julgou-a, com a experiência que tem de circular entre os médio-ricos, a mais perfeita que já viu. Perguntado pelo ex-prefeito quanto achava que tinha custado, disse que mais de 500 mil reais, ao que o político afirmou que mais ainda, entre 800 mil e um milhão. Contando que os custos da produção independente são menos 50 % daqueles da compra pronta, com certeza entre 1,6 e 2,0 milhões. Imediatamente o ex-prefeito disse que antes de ser eleito já tinha a casa, mas RS, que é escolado, procurou saber e lhe informaram que ele tinha apenas o terreno. Evidente e mais possivelmente deve ter roubado.

                            Seria interessante o governo (mundial, federal, estaduais ou municipais/urbanos) mais ousado pagar, ou alguma editora encomendar um livro bastante extenso sobre o enriquecimento de políticos, porque na Ilha do Boi e na Ilha do Frade, dois dos bairros mais chiques de Vitória, moram muitos políticos em mansões de vários milhões, no entanto ganhando apenas seis ou oito mil reais por mês. Como disse o atual prefeito de Vitória, é o caso de saber administrar BEM os ganhos.

                            Não admira nada que tantos no Brasil rico sejam paupérrimos, enquanto tão poucos (em número cada vez mais reduzido) são riquíssimos. De 5,5 mil cidades quantos prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores, secretários, governadores, ministros e presidentes, inclusive do Judiciário e do Legislativo não roubaram? Deve ser um infinitésimo, aquela quantidade insignificante inventada na matemática. Devem existir por aí declarações de antes de entrarem e depois de saírem e IR deve poder proporcioná-las, pois são públicas tais declarações. E a vida aparente deles pode ser pesquisada, no sentido de contrastar a verdade e as afirmações. Tudo está em nome das esposas, das amantes, dos filhos, dos primos e de qualquer laranja que for. Devem existir casos mirabolantes, completamente risíveis, extraordinários na forma e no conteúdo. Dá uma série durante décadas, e cada vez mais aprimorada.

                            Vitória, quinta-feira, 06 de janeiro de 2005.

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