Os Honestíssimos
Prefeitos e o País Riquíssimo
Dia 01/01/2005 eu
estava no posto fiscal José do Carmo, divisa com o Rio de Janeiro, e o colega
RS, que tem para os lados de Vila Velha 18 alqueires onde suas vacas produzem
leite que ele transforma com seus operários em iogurte, contou que foi a Mimoso
do Sul e visitou a residência do ex-prefeito de lá. Julgou-a, com a experiência
que tem de circular entre os médio-ricos, a mais perfeita que já viu.
Perguntado pelo ex-prefeito quanto achava que tinha custado, disse que mais de
500 mil reais, ao que o político afirmou que mais ainda, entre 800 mil e um
milhão. Contando que os custos da produção independente são menos 50 % daqueles
da compra pronta, com certeza entre 1,6 e 2,0 milhões. Imediatamente o ex-prefeito
disse que antes de ser eleito já tinha a casa, mas RS, que é escolado, procurou
saber e lhe informaram que ele tinha apenas o terreno. Evidente e mais
possivelmente deve ter roubado.
Seria interessante o
governo (mundial, federal, estaduais ou municipais/urbanos) mais ousado pagar,
ou alguma editora encomendar um livro bastante extenso sobre o enriquecimento
de políticos, porque na Ilha do Boi e na Ilha do Frade, dois dos bairros mais
chiques de Vitória, moram muitos políticos em mansões de vários milhões, no
entanto ganhando apenas seis ou oito mil reais por mês. Como disse o atual
prefeito de Vitória, é o caso de saber administrar BEM os ganhos.
Não admira nada que
tantos no Brasil rico sejam paupérrimos, enquanto tão poucos (em número cada
vez mais reduzido) são riquíssimos. De 5,5 mil cidades quantos prefeitos,
vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores, secretários,
governadores, ministros e presidentes, inclusive do Judiciário e do Legislativo
não roubaram? Deve ser um infinitésimo, aquela quantidade insignificante
inventada na matemática. Devem existir por aí declarações de antes de entrarem
e depois de saírem e IR deve poder proporcioná-las, pois são públicas tais
declarações. E a vida aparente deles pode ser pesquisada, no sentido de
contrastar a verdade e as afirmações. Tudo está em nome das esposas, das
amantes, dos filhos, dos primos e de qualquer laranja que for. Devem existir
casos mirabolantes, completamente risíveis, extraordinários na forma e no
conteúdo. Dá uma série durante décadas, e cada vez mais aprimorada.
Vitória,
quinta-feira, 06 de janeiro de 2005.
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