quarta-feira, 23 de agosto de 2017


Fazendo a Cabeça

 

                            No livro de Edgar Morin, A Cabeça Bem-Feita (repensar a reforma, reformar o pensamento), 9ª edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004, sobre original francês de 1999, na página 24 ele diz:

                            “Uma cabeça bem-feita é uma cabeça apta a organizar os conhecimentos e, com isso, evitar sua acumulação estéril.

                            “Todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo, uma tradução e uma reconstrução, a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma de representações, idéias, teorias, discursos. A organização dos conhecimentos é realizada em função de princípios e regras que não cabe analisar aqui; comporta operações de ligação (conjunção, inclusão, implicação) e de separação (diferenciação, oposição, seleção, exclusão). O processo é circular, passando da separação à ligação, da ligação à separação, e, além disso, da análise à síntese, da síntese à análise. Ou seja: o conhecimento comporta, ao mesmo tempo, separação e ligação, análise e síntese”.

                            Então me veio a idéia de escrever esse livro, Fazendo a Cabeça, colocando as questões do modelo desde o começo: 1) como a cabeça é feita (de fora para dentro, do ambiente para a pessoa)? 2) como ela faz o mundo (de dentro para fora)? E aí tudo aquilo que tão extensamente o modelo mostrou, com todos os detalhes, pois o modelo tem esses pares de opostos/complementares.

                            Não a Magia/Arte, a Teologia/Religião, a Filosofia/Ideologia, a Ciência/Técnica e a Matemática como estavam antes, mas isso que foi adendado ou acrescido e retirado pelo modelo. Todas as indagações do Conhecimento novo, tal como posto sucessivamente.

                            Começar com a colocação de um ponto qualquer no espaço, isto é, iniciando de qualquer coisa e indo aleatoriamente somando pontos, que agregados constituirão manchas, a partir daí ligadas por meio de linhas de identificação, então constituindo um mosaico, um cenário, que virá de mim e dos meus acertos e dos meus erros. Evidentemente ninguém pode pretender a certeza, que só o Um pode atingir, estando ela fora das possibilidades do racional; mas, unicamente podemos desejar indicar caminhos, postando aqui e ali lâmpadas que indiquem novos objetos. Meu modo de ver e de sentir.

                            Se for feliz verei alguns aderirem emocionados e saltitantes a essa forma nova de ver.

                            Vitória, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005.

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