Em Busca dos Poços de
Diamantes
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BACIAS DE DIAMANTES EM CACHOEIRAS: Se, como está posto neste Livro 105
no artigo Mineração na Proto-Foz do Rio
Doce, a seqüência de busca é procurar um rio, o lagoão que já existiu ali e
foi soterrado (o Rio Doce, em Linhares, produziu uma, o Lagoão), o limite entre
as terras altas e as baixas onde ficava a protofoz, ali um POÇO DE DIAMANTES
escavado pelas águas que caíam e traziam os diamantes para depósito e escavar
ali, então se segue a aplicação do método.
A) NO
PANTANAL OS PÁLEO-RIOS (a nordeste) QUE DERAM ORIGEM AO RIO PARAGUAI:
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B) UMA
VISÃO MAIS PRÓXIMA, NA SEPARAÇÃO ENTRE
O ALTO E O BAIXO:
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C) UM
LUGAR BEM MARCADO:
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DIAMANTES EM LAGOONAS: é claro que diamantes existem
primordialmente no interior da Terra, de onde são trazidos pelos derrames de
magma, como lava; descendo das encostas são levados do volume da bacia dos rios
para os planos, para as linhas do curso e para as fozes pontuais, mergulhando
então no mar. Entrementes, quando existem lagoonas, elas TAMBÉM servem de
depósito, em especial no sopé, na separação ou divisória. A grande vantagem
delas, é evidente, é sua placidez, ao contrário do mar, sempre muito agitado.
Depositou na lagoona não sai mais; e, por exemplo, o Rio Doce, como eu já disse
outrora realizou o trabalho dele por pelo menos 65 milhões de anos. Nos últimos
115 mil anos, desde a Glaciação de Wisconsin, depositou no Lagoão, que está
tampado há uns 10 ou cinco mil anos.
A) A
ÁREA DE MINERAÇÃO DO RIO DOCE:
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B) A
FAIXA DE DEPÓSITO NA GLACIAÇÃO
(a área mais verde à direita era a borda do Lagoão):
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C) UM
POÇO DE DIAMANTES EM BELA VISTA:
pois ali o rio se precipitava na vertical, do mais alto para o mais baixo,
cavando um buraco onde depositava os diamantes (e muita coisa mais, lógico).
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DIMENSÕES DOS POÇOS DE DIAMANTES: não é só porque um rio é comprido
que ele produzirá muito, pois pode ser estreito; não é só porque é largo, já
que pode ser raso; não é só porque é profundo, pois pode não ser caudaloso. Há
a CONDIÇÃO DE BACIA (se ali existiam vulcões ou fissuras que traziam do fundo
da Terra – por exemplo, no Great Rift Valley, Vale da Grande Greta, OH! - há
uma fissura imensa, onde devem existir muitos diamantes e outras pedras), a
dureza das rochas que os contém e outros fatores.
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JORRO DE DIAMANTES EM VULCÕES E
FISSURAS: As
condições de formação são conhecidas: a) pressão enorme, b) presença de
carbono, c) temperaturas elevadas, e outras, não sei, vá perguntar aos
geólogos. Tendo se formado lá para dentro, tem de emergir; isso se dá em algum
buraco, seja em linha nas fissuras, seja pontualmente nos vulcões. Trazidos
para fora, a água os carreia para as linhas-de-curso dos rios. Se não houver
produção primária não pode haver mineração, que é secundária; o essencial,
então, são os vulcões e as fissuras. Em terra só há uma, a Forquilha na África.
Não há outra. Então, para os demais restam os rios. O Planalto Brasileiro é
antigo, tudo que podia ser minerado de antigos vulcões já foi; as chuvas
lavaram, e os rios levaram em seus cursos, que se modificam muito no decorrer
das eras. Tantos os CURSOS ATUAIS quanto os PÁLEO-CURSOS devem ser buscados,
bem como aqueles contrastes alto-baixo e as lagoonas.
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LOBATOS, LAGOONAS E POÇOS DE DIAMANTES: já vimos que houve lagoonas nas
bordas dos Lobatos todos (em especial, do LAS, Lobato da América do Sul, muitas
lagoonas). Enquanto o LAS não fechou havia baías que se transformariam nas
lagoonas da borda-oeste e da borda-leste, mas depois que ele foi tampado
obviamente as baías se fecharam em lagoonas, quer dizer, as baías do Leste, no
Brasil, fecharam-se do lado oeste e se transformaram em lagoonas; então ficou
restrito, bem delimitado. Antes de serem lagoonas, que são bem recentes, dava
para o mar; então, procurar só na lagoona seria tolice, deve-se ir mais
adiante.
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RIOS SERPENTEANTES E MEANDROS DE
DIAMANTES: repare
como o Rio Paraguaçu, na Bahia, serpenteia. Rios formam meandros, que são áreas
privilegiadas de depósito. Esse mapeamento geral deve ser procedido com firmeza
e ligeireza (as mineradoras ficarão fissuradas, porque agora têm um método de
busca; rapidamente esgotarão o assunto).
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O
POÇO DE DIAMANTES DO RIO PARAGUAÇU
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Você pode ver que há muito a fazer.
Porém, e isso é uma alegria, há muita gente, conhecimento, capacidade de
organização e produção, dinheiro para embasamento, universidades (são seis mil
no mundo!), de forma que rapidamente conheceremos dezenas ou centenas de vezes
o que sabemos agora.
Vitória, quinta-feira, 30 de dezembro
de 2004.
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