A Natureza Prepara e
Usa as Inférteis
No Modelo da Caverna
(para a Expansão dos Sapiens) despontou uma dificuldade até agora não
resolvida: por quê a Natureza criou e manteve os e as inférteis? Obviamente
eles e elas não podem prover sozinhos sua sobrevivência para além do primeiro
indivíduo: uma vez que um macho ou uma fêmea tivesse sido criado (a) como bebê tornar-se-ia
adulto (a) e morreria sem deixar descendência. No entanto, o conjunto dos e das
férteis estão sempre produzindo-os (as). Se constituíssem dois grupos não iriam
adiante, não teriam em si os meios de produzir posteridade. Dependem dos e das férteis,
que continuam produzindo o erro geração após geração.
Ora, vejamos que
meninos e meninas (estas, primeiro) se tornam capazes de produzir descendência
muito cedo; na antiguidade as meninas desde os oito anos, os meninos desde,
digamos, 13 anos. E que fariam as meninas, se suas mães ciumentamente roubavam
os depósitos de esperma dos machos adultos? Já vimos que elas eram enxotadas,
escorraçadas, e iam brincar com os simulacros, as bonecas. Certamente desde
muito cedo arremedavam o gesto sexual dos adultos e eventualmente alguma era
engravidada por um macho adulto fértil. Os meninos, por outro lado, embora
férteis desde os treze anos, caíam certamente na masturbação, porque os machos
adultos com toda certeza não iriam lhes ceder fêmeas adultas, nem as mães os
deixariam copular com as jovens fêmeas, além do quê elas não os aceitariam,
pois a produção de espermatozóide não estava consolidada, nem em sua melhor
forma: a tribo pegava os machos férteis no melhor de sua forma na Curva do Sino
ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas. Outra solução seriam os
pseudomachos. Com toda certeza os jogos dos garotos incluíam fartamente
simbolismo, o que também deverá ser investigado em sua propagação até a
realidade atual.
Então, só sobrava
uma solução verdadeira: os “tios” e as “tias” ensinarem as meninas e os
meninos, quer dizer, é para isso que servem as putas; pois puta, na Rede Cognata,
é cognato de INFÉRTIL. Ou seja, elas eram vasos inférteis em que se podia
depositar à vontade sem problemas para a tribo.
Assim, a Natureza
aproveitou e ampliou a infertilidade na construção da Psicologia ou
racionalidade ou humanidade: ela LHE DEU SERVIÇO como paga de sua existência.
As putas não cumpriam então esse papel inglório que a urbanização lhes
conferiu, pelo contrário – cabia a elas ensinar os garotos, centro de toda a
tribo, para que as fêmeas férteis herdassem experientes emprenhadores que
soubessem estimulá-las a contento, mantendo o interesse em receber o predador,
o feto.
Vitória,
quinta-feira, 30 de dezembro de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário