Cozinhando na Panela
dos Vulcões
De ter pensado que
os vulcões trazem de dentro da Terra a lava que vem do manto, onde há grande calor,
tinha raciocinado que essa era uma das razões de as pessoas ficarem em volta
deles: havia meramente mais energia para financiar o brotamento de tudo. E isso
é verdade: na terra virgem e extremamente fértil viceja tudo, até em não se
plantando, trazidas as sementes pelos pássaros que defecam, como é tradicional.
Mas há um motivo
adicional.
A lava traz
radiatividade em grande densidade, muitas emissões por decímetro cúbico. A
crosta da Terra, deixando vazar pelo lado de cima para a atmosfera a
radiatividade dos antigos materiais expostos, retém a que está no interior do
planeta, porque na alternativa em vez de estar exposta ao exterior a
radiatividade deve atravessar as placas continentais. Além de serem péssimos
condutores de calor os materiais da crosta impedem que a radiatividade encontre
o ar, através do qual se espalharia universalmente a todas as partes do Globo.
Pelo contrário, sendo focal o vulcão ele emite só ali; enquanto as fissuras o
fazem em linha, por exemplo, a fissura Meso-Atlântica.
Então, é de se
pensar que os pontos vulcânicos e as linhas das fissuras, por trazerem material
novo das profundezas, tragam calor e junto com ele radiatividade “nova”,
emissões que se liberam no ar; nesses lugares, tanto pontos quanto linhas, a
pressão radiativa deve provocar muitas mutações. Neles devem aparecer muitos
seres novos, principalmente, ou quando da queda de meteoritos e cometas. Ora,
os seres recém-inventados não possuem competidores e crescem espantosamente,
até utilizando o que não era usado pelo leque anterior de plantas e animais.
Eles se multiplicam assombrosamente, com grande fertilidade dupla: 1) mais do
antigo modo; 2) no novo modo. Assim, todos os seres vão tender a procurar esses
lugares, criando colônias em volta deles, inclusive os seres humanos; do que é
uma prova o Vesúvio, proximidades de Nápoles na Itália, que constantemente
cospe fogo e, no entanto, as criaturas não saem de lá. Então, se formos a
outros mundos, devemos buscar vida em volta dos vulcões e dos lábios das
fissuras (estas, em geral, estão no fundo dos mares, mas não sempre). E se
formos buscar fósseis de criaturas recém imaginadas pela Natureza devemos
procurá-las na panela dos vulcões, pois é lá que ela cozinha, preparando a nova
fornada. Assim, as novas criaturas surgem: a) depois da queda das flechas; 2)
em volta dos vulcões; 3) nos lábios das fissuras.
Vitória,
sexta-feira, 24 de setembro de 2004.
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