Reensinando Geografia
A geografia sempre
foi tida como coisa chocha [palavra das mais interessantes. No Aurélio digital:
chocho, De choco2, poss. Adj. 1. Sem suco; seco. 2. Sem miolo, sem grão; seco, engelhado. 3. Goro, choco (ovo). 4. Fig. Oco, fútil, vão. 5. Fig. Tolo, tonto, simplório. 6. enfraquecido, débil. 7. Sem graça, sem
espírito, sem sal; insípido, insulso] e fastidiosa, assim tornada pelos
poderosos e os historiadores reacionários. A história, por outro lado, que é
apossamento do passado e das memórias em favor das elites, é suposta racional e
penetrante, por oposição sendo a geografia irracional e bronca.
Como vimos, desde
que mais recentemente temos olhado melhor a geografia, esta é a grande ciência
psicológica, relativa a TODOS os conflitos, pois não há passado nem futuro,
como sabemos há tanto tempo. O passado é o conjunto dos resíduos históricos
mascarados (o passado atual é o passado que convenientemente restou, mascarado
do real como VIRTUAL DE CLASSE), o futuro se fará, o presente é onde estamos
lutando em nossos corpos (com as doenças que pegamos) e em nossas mentes a
GRANDE LUTA. Estamos guerreando agoraqui, mesmo os que não sabem disso, mesmo
aqueles que se recusam a ver. Luta que se desdobra em LUTA CORPORAL e LUTA MENTAL.
A corporal tem como resultado todas as baixas entre os pobres ou médios-baixos
e os miseráveis (classes D, E), na disputa com os ricos e médios-altos (classe
A, B) e com a classe-dividida, C, classe-tampão, pelega que facilita ou amacia
o peso dos de cima sobre os de baixo – classe que intermédia psicologicamente.
E a luta mental se trava em nossas concepções, sob a forma de desvios,
irracionalismos, definições erradas, perda de tempo de pesquisa, movimentos
errados e infrutíferos.
Claro, como coisa docinha
e apagadinha a geografia não tem mesmo interesse, não desperta ânsias em
ninguém. Contudo, se mostrasse todos os choques que estão se dando e então
usasse a história para explicar de onde vieram e como se compuseram, seria
outra coisa. Se focasse os choques e os ampliasse racional e emocionalmente
seria outra a visão dela e a participação no seu ensinaprendizado dilataria
enormemente. Seria preciso estapear essa geografia safada que está aí,
prostituta ordinária, tentando despertá-la de sua dormência histérica na base
do tapa, na base da porrada. Essa é a tarefa urgentíssima dos novos geógrafos e
dos novos historiadores. Essa será a nova formação de todos eles, numa
renovação revolucionária tremenda da GH.
Vitória, sábado, 29
de maio de 2004.
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