Mecânica GH
UM QUADRO GH
GEOGRAFIA
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HISTÓRIA
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COMBINAÇÃO
GH
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Cartografia
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Jornalismo
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Técnica associada
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Com imagens
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Com palavras
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Com palavrimagens (PAL/I)
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Dinâmica
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Estática
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Estáticodinâmica, mecânica
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Do povo
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Das elites
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Do povelite/nação
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Enciclopédia
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Dicionário
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Dicionárienciclopédia
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Espaço
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Tempo
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Espaçotempo
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Presente
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Passado
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P/p (mecânica correlativa)
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Assim, a geografia é a disciplina
científica que do presente promete explicar todas as passagens de um a outro
plano (seja com qual temporizador ou métrico temporal for, quer dizer, pulso da
contagem de tempo: segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano, etc. Para tal
se vale das OUTRAS GEOGRAFIAS que chamamos histórias ou passados. E vice-versa:
a história é a disciplina que promete explicar o presente levando em conta ESTA
HISTÓRIA, que chamamos geografia ou presente.
EM
RESUMO
·
A
geografia é a história DINÂMICA do presente;
·
A
história é a geografia ESTÁTICA, pausada, reflexiva dos vários passados que
deveriam ser, idealmente, reduzidos a um só, a linha da verdade (que, como
sabemos, não é possível ao racional, só a Deus – quer dizer, O RACIONAL ESCOLHE
racional ou irracionalmente, emocionalmente, mentir, modelar, seguir uma trilha
preferencial; porisso TODAS as histórias são suspeitas e serviços de classe,
isto é, tecnociências de dominação e de exploração).
Há, conseqüentemente, DUAS TENSÕES.
SAMBA
LELÉ TÁ DOENTE E PRECISAVA DE UMA BOA PALMADA (que tentei providenciar, para ver se
essa nega maluca GH acorda)
·
TENSÃO HISTÓRICA (relação das perdas e ganhos dos
povelites ou nações ou culturas no passado, no fundo mesmo de como as elites se
apropriaram das riquezas);
·
TENSÃO GEOGRÁFICA (atual serviço de classe, sobre as
disputas atuais por poder, política ou controle, administração ou apropriação
dos bens e serviços, etc.).
Como vimos, a GH está no centro mesmo
da tensão psicológica (tensões das figuras ou psicanálises, conflitos dos
objetivos ou psico-sínteses, confusões produtivas ou econômicas, desordens
organizativas ou sociológicas – no centro, busca de explicação do quê são as
crises espaçotemporais ou geo-históricas).
Ora, raciocinar sobre o passado não é
fácil, mas lá as mentiras já assentaram em certa ordem oficial e oficiosa de
expropriação mental, isto é, foram fixadas – pelas perdas forçadas ou não de
memória ou lembrança dos acertos e equívocos - de um modo ou de outro e é
difícil desfazer as ambigüidades, mas no presente AS MENTIRAS ESTÃO SENDO
CRIADAS, isto é, as elites ainda não as firmaram em versões “plausíveis”, cuidadosamente
elaboradas pelos geo-historiadores “desatentos” ou, como disse Gramsci,
cooptados como propagandistas. Por conseguinte, o presente ou a geografia é o
campo mais urgente de batalha, que pode redefinir a história, que pode
re-visá-la, re-vê-la, re-construí-la. Eis então onde os políticos e os ideólogos
devem batalhar: no presente. Apoderar-se da socioeconomia é, como disse
Marx de outro modo, superestruturar toda a consciência, o fazer e toda
autoavaliação. Pois é no presente que se trava a grande guerra e não no
passado, é na geografia e não na história. A história é a avaliação dos
esqueletos, mas a geografia fala de QUEM ESTÁ OLHANDO e de quem está montando
os ossos para se parecer com o quê de preferência é esperado que se pareçam.
Fica dito que a história é importante, mas a geografia é fundamental, pois é a
geografia que está na base, no fundamento; é ela que conta a história. Cada
história que conhecemos é a história-do-vencedor, quer dizer, a geografia que
METICULOSAMENTE restou, a geografia que não foi apagada. A geografia é muito
mais rica que a história. Incomparavelmente mais, qualitativamente (mas as
histórias, enquanto coletivo, enquanto quantitativo, tornam a soma zero, pois
são muitas geografias acumuladas).
Vitória, sábado, 22 de maio de 2004.
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