quarta-feira, 21 de junho de 2017


Mecânica GH

 

                            UM QUADRO GH

GEOGRAFIA
HISTÓRIA
COMBINAÇÃO GH
Cartografia
Jornalismo
Técnica associada
Com imagens
Com palavras
Com palavrimagens (PAL/I)
Dinâmica
Estática
Estáticodinâmica, mecânica
Do povo
Das elites
Do povelite/nação
Enciclopédia
Dicionário
Dicionárienciclopédia
Espaço
Tempo
Espaçotempo
Presente
Passado
P/p (mecânica correlativa)

Assim, a geografia é a disciplina científica que do presente promete explicar todas as passagens de um a outro plano (seja com qual temporizador ou métrico temporal for, quer dizer, pulso da contagem de tempo: segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano, etc. Para tal se vale das OUTRAS GEOGRAFIAS que chamamos histórias ou passados. E vice-versa: a história é a disciplina que promete explicar o presente levando em conta ESTA HISTÓRIA, que chamamos geografia ou presente.

EM RESUMO

·        A geografia é a história DINÂMICA do presente;

·        A história é a geografia ESTÁTICA, pausada, reflexiva dos vários passados que deveriam ser, idealmente, reduzidos a um só, a linha da verdade (que, como sabemos, não é possível ao racional, só a Deus – quer dizer, O RACIONAL ESCOLHE racional ou irracionalmente, emocionalmente, mentir, modelar, seguir uma trilha preferencial; porisso TODAS as histórias são suspeitas e serviços de classe, isto é, tecnociências de dominação e de exploração).

Há, conseqüentemente, DUAS TENSÕES.

SAMBA LELÉ TÁ DOENTE E PRECISAVA DE UMA BOA PALMADA (que tentei providenciar, para ver se essa nega maluca GH acorda)

·        TENSÃO HISTÓRICA (relação das perdas e ganhos dos povelites ou nações ou culturas no passado, no fundo mesmo de como as elites se apropriaram das riquezas);

·        TENSÃO GEOGRÁFICA (atual serviço de classe, sobre as disputas atuais por poder, política ou controle, administração ou apropriação dos bens e serviços, etc.).

Como vimos, a GH está no centro mesmo da tensão psicológica (tensões das figuras ou psicanálises, conflitos dos objetivos ou psico-sínteses, confusões produtivas ou econômicas, desordens organizativas ou sociológicas – no centro, busca de explicação do quê são as crises espaçotemporais ou geo-históricas).

Ora, raciocinar sobre o passado não é fácil, mas lá as mentiras já assentaram em certa ordem oficial e oficiosa de expropriação mental, isto é, foram fixadas – pelas perdas forçadas ou não de memória ou lembrança dos acertos e equívocos - de um modo ou de outro e é difícil desfazer as ambigüidades, mas no presente AS MENTIRAS ESTÃO SENDO CRIADAS, isto é, as elites ainda não as firmaram em versões “plausíveis”, cuidadosamente elaboradas pelos geo-historiadores “desatentos” ou, como disse Gramsci, cooptados como propagandistas. Por conseguinte, o presente ou a geografia é o campo mais urgente de batalha, que pode redefinir a história, que pode re-visá-la, re-vê-la, re-construí-la. Eis então onde os políticos e os ideólogos devem batalhar: no presente. Apoderar-se da socioeconomia é, como disse Marx de outro modo, superestruturar toda a consciência, o fazer e toda autoavaliação. Pois é no presente que se trava a grande guerra e não no passado, é na geografia e não na história. A história é a avaliação dos esqueletos, mas a geografia fala de QUEM ESTÁ OLHANDO e de quem está montando os ossos para se parecer com o quê de preferência é esperado que se pareçam. Fica dito que a história é importante, mas a geografia é fundamental, pois é a geografia que está na base, no fundamento; é ela que conta a história. Cada história que conhecemos é a história-do-vencedor, quer dizer, a geografia que METICULOSAMENTE restou, a geografia que não foi apagada. A geografia é muito mais rica que a história. Incomparavelmente mais, qualitativamente (mas as histórias, enquanto coletivo, enquanto quantitativo, tornam a soma zero, pois são muitas geografias acumuladas).

Vitória, sábado, 22 de maio de 2004.

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