Circulando
na Economia
Hoje cedo no jornal
de TV na padaria o jornalista repetiu aquilo que os pequenos economistas dizem
sem qualquer raciocínio: que dois bilhões de reais iam circular na economia.
Antigamente eu me deixava enganar por esse tipo de afirmação, mas pensando bem,
tudo é Economia (agropecuário/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e
bancos), de modo que tudo deve estar circulando em algum lugar.
O
que se quer dizer com “circulando”?
Deve
ser circulando no meio dos pobres e miseráveis, pois de outra forma estaria
entesourado. O que é melhor: circular na Economia D e E ou ser poupado pela
Economia A, B e C? A questão não é bem essa, mas o tipo de multiplicação que é
provocada, como já analisei. O que se quer realmente dizer com “circulando” é
que em baixo há, supostamente, maior multiplicação, porém isso nem sempre é
verdadeiro, como já apontei – o que conta MESMO é a animação provocada, o que
conta de fato é a multiplicação do ânimo, quão fissuradas ficam as pessoas. Se
a animação se acelera vira supermultiplicação – tudo é questão de propaganda.
Porque, se não há aumento da animação esse dinheiro simplesmente é gasto dentro
da ortodoxia e nada de novo emerge.
Percebemos
que os jornalistas vivem explorando fosso entre a falsa sabedoria deles e a
ignorância ainda maior do povo. Vivem do fato inelutável de que o povo se sente
intimidado por essa distância, esse aparatoso afastamento que foi interposto
pelas burguesias e pelas elites, que fazem questão dele, que fazem toda questão
de parecerem sabidas. O povo é prático: “lá estão os bandidos e enganadores,
tratemos de continuar vivendo até melhor tempo”.
Vitória,
quinta-feira, 20 de maio de 2004.
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