A Guerra das Duas Histórias
Nos textos do Livro
81, Mecânica GH e Mecânica GH e a História do Povo e no
artigo A História de Hoje e a Geografia
Mascarada, neste Livro 82, pudemos iniciar uma nova linha de diálogo.
Vimos que há no
presente duas linhas de historiadores, os que vivem (sabendo ou não,
conscientes ou não; estes são os piores, porque entram disfarçados no campo
adversário) servindo as classes dominantes e os que desejam servir às classes
dominadas, agoraqui respectivamente as elites e as burguesias e o povo e os
operários. São os historiadores reacionários, que reagem, e os revolucionários,
que agem, que revolucionam, que pregam os saltos históricos, a mudança geral
sobre a linha presente geográfica de apossamento do TER e do SER.
Os reacionários, já
dissemos, procuram do presente ou do espaço geográfico agir sobre o tempo
histórico para camuflá-lo das violências de classe. Eles DIMINUEM a história
dos choques e das violências. Travestem-na, violentam sua natureza. Eles
AMACIAM a psicologia antiga, todos aqueles atos presentes, daqueles presentes
das classes dominantes, todas as violências cometidas antes sobre as classes
dominadas. Subtraem fatos, dão versões distorcidas, mudam as almas, embelezam
os atos, justificam as perfídias como necessárias, adicionam magia e arte aos
fatos duros e brutais, revestem o esqueleto morto do passado de nova pele cujas
cores e desenhos agradem os dominantes do hoje. Como existe uma guerra de
classes existem também uma guerra das classes que historiam, que se apoderam do
passado para diminuir o presente, apequenar a geografia que poderia mostrar o
REAL espaço de lutas. Eles diminuem a história para travar a geografia.
Retrabalham a geografia para diminuir a quantidade e a qualidade dos conflitos
ATUAIS, porque de fato ninguém está interessado nos conflitos de ontem, exceto
se facilitarem o entendimento dos de hoje. Então, também há guerra na História
geral. Nela dois grupos de soldados batalham. Claro que um grupo está muito
mais bem armado que outro, com toda fartura de materiais, de máquinas, de
equipamentos, de instrumentos, de aparelhos, de programas, de objetos a serem
usados no processo contínuo de falseamento. O outro grupo, pobre dele, é um
exército de esfarrapados que nem sabe o que está fazendo. Nem sabe mesmo se
está fazendo, pois não existia uma abordagem anterior a esta. É desproposital a
relação de forças, mas é claro que o futuro vai vencer. Mas, antes disso o
passado ainda permanecerá algum tempo.
Vitória, sábado, 29
de maio de 2004.
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