domingo, 25 de junho de 2017


A Construção de Centauros

 

              Já foi visto que a dialógica do Céu é a mesma da Terra ou, como disse Hermes Trimegisto na Tábua das Esmeraldas, “o que está em cima é igual ao que está embaixo”. Portanto, a lógica dos celestiais é a mesma dos humanos, razão pela qual unir a parte superior de humanso com a parte inferior de cavalos depende de lógica – tanto para eles quanto para nós.

                            O que nos mostra o modelo? Há corpomente, corpo e mente. Corpomentes de humanos e corpomentes de cavalos, que se dividem em corpos e mentes de humanos e corpos e mentes de cavalos. Pode parecer que a mente é somente o cérebro, mas há grande engano nisso, pois a mente é o GAP, gerador de autoprogramas, e é dotada de sentidinterpretadores externinternos, como já disse tantas vezes: se há um olho externo há também um olho interno, no cérebro, no GAP, tanto humano quanto de cavalo. Assim, uma parte do cérebro humano é destinada aos pés, pernas, tudo que seria cortado abaixo da cintura. Aliás, para quê conservar a região pélvica do humano? O pênis apareceria no que seria agora o pescoço do cavalo, algo de ridículo, além do quê, para os homens “ser um cavalo”, superdotado, é um sonho (completamente idiota). Em todo sentido é melhor ser, sexualmente, cavalar. Evidentemente, também, as pernas dos cavalos são melhores para correr e em termos de resistência. O que faríamos com pernas penduradas no ar? Seria o caso de cortar pouco abaixo do umbigo humano. Igualmente ridículo (além de anatomicamente impraticável) seria os cavalos terem mãos, de modo que a figura final seria mais ou menos como vemos os centauros, exceto que em lugar de haver um pescoço de cavalo haveria em seu lugar o tronco humano que por sua vez mergulharia dentro da cavidade torácica do animal.

                            Agora, veja que o cérebro humano herdaria o coração do cavalo, seus pulmões, rins, fígado, etc. O cavalo é herbívoro e precisa de grama e o centauro (homem-cavalo ou cavalo-homem) teria de aprender a gostar de gramíneas, como os cavalos, desagradável para a porção humana, e de carne, como os humanos, na realidade a serem onívoros, comerem de tudo, o que certamente seria ruim para os cavalos (como suas mentes e GAP’s teriam sido retiradas, deveríamos apenas contar com as reações corporais). Além disso, se é fácil para o cavalo abrir as pernas, arriar o pescoço e comer grama, para o tronco humano, maior, não seria. Agora teríamos UMA MENTE cuidando de dois corpos, portanto precisando administrar duas cavidades, duas alimentações, duas excreções e assim por diante. Como a soma é zero, podemos estimar que haveria benefícios: por dispor de muito mais sangue o cérebro humano poderia ser muito mais e melhor irrigado, com vantagens para o pensamento. Agora, pense que são dois sistemas imunizatórios: como harmonizá-los? Como fazer para dormir? Como copular? Em nós o cérebro é que copula, pois somos psicológicos ou racionais: vontade constante de gente em cavalo – haja égua! Como enviar as sensações do cavalo enquanto recompensa à mente humana? Como dispararíamos os hormônios humanos para que eles manipulassem as sensações eqüinas? Que pensamentos os cavalos-homem passariam a ter? Porque agora são seres DUPLAMENTE superiores: como cavalos vão mais longe e mais rápido durante mais tempo que os homens comuns, como homens pensam infinitamente melhor que cavalos comuns.

                            Em resumo, se Adão de fato construiu os centauros para acompanhá-los lá em Kitami-Esashi, Hokkaido, Japão, por se sentir solitário, no sentido de poder cavalgar, pois gostava tanto de cavalos, como já ficou colocado, e para ter alguém com quem conversar além de robôs, andróides e exoesqueletos, é certo que não foi fácil, de modo algum, e ele deve tê-los feito para durar, até mais que os atlantes de nove séculos, talvez vários milhares de anos, aproveitando-os depois como preceptores dos adâmicos.

                            Vitória, quinta-feira, 03 de junho de 2004.

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