quarta-feira, 19 de abril de 2017


Disparadamente

 

                            A música é de Geraldo Vandré e Théo de Barros e na apresentação devemos colocar um quadro retratando-a no espaçotempo.

1.       “Da boiada já fui boi” deve mostrar no meio do conjunto dos trabalhadores UM TRABALHADOR, que irá prosperar ao aderir aos proprietários para tornar-se um chefe que sobe meteoricamente, até “chegar em cima”, quer dizer, no topo mesmo;

2.      Depois, “mas um dia me montei” é o momento da adesão, da coopção, de quando ele muda de lado, tornando-se pequeno burguês crédulo das virtudes do Capitalismo geral;

3.      “Por necessidade do dono de uma boiada”, o chefe, o patrão, que vence com seus argumentos (a vontade de participação no seio do proletariado), com o chamamento ao consumo, acenando com o “domínio do mundo” que foi prometido por satanás a Cristo;

4.     Boiadeiro muito tempo (...) num sonho que boiadeiro era um rei”: ele de terno, comendo em finos restaurantes, indo à Riviera, andando de Mercedes, com jóias, churrascada em casa;

5.      “Mas o mundo foi rodando (...) até que um dia acordei” – como Buda ele vê um doente, um velho e um morto e então é iluminado, acorda, torna-se o Acordado. Joga fora o terno, os sapatos, volta a confraternizar com os operários;

6.     “Então não pude seguir (...) gente é diferente”: daí ele se torna revolucionário, libertador, deixando de ser boi e de ser boiadeiro, capataz condutor de bois, para ser cavaleiro libertador.

Tudo isso num ritmo cada vez mais alucinante, girando e girando, depois do aviso logo no começo: “prepare o seu coração” até a afirmação final “reino que já não tem rei”. Essas duas frases devem ser mostradas em cartazes, garantindo que sejam lidas.

Vitória, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003.

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