quinta-feira, 6 de abril de 2017


Camilo Cola

 

                            Passei perto de um bar e um homem estava falando alto que pagava mais imposto de renda que Camilo Cola, proprietário do Grupo Itapemirim, que nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, e prosperou a partir de linhas de ônibus por todo o Brasil, adquirindo outras companhias de transporte de passageiros e tornando-se um conglomerado. É imenso e dizem que ele possui mais de um bilhão de dólares, sendo um dos seres humanos mais ricos do país.

                            Tem 78 anos neste 2003 em que a Itapemirim completa 50 anos, com 23 empresas na Corporação Itapemirim, que fatura 600 milhões de reais (agora 200 milhões de dólares) por ano e cuja sede foi transferida para uma área de 76 mil m2 em São Paulo. São dois mil ônibus, o dobro do número da segunda colocada. Começou, diz a lenda, a trabalhar aos 11 anos e é tido como “bom pai”.

                            Bom, mas não paga imposto de renda, com tudo isso. Os contadores das empresas dele e dos filhos arranjam um modo de colocar nas brechas ou falhas da lei todo tipo de permissão, de modo que tal fortuna não paga tanto imposto de renda quanto um simples ocupante de cadeira de bar. Não é um vexame para o país? Será ele, pessoalmente, ou as empresas, todas e cada uma?

                            Deveríamos saber.

                            Os pesquisadores deveriam investigar se as empresas (micro, pequenas, médias, grandes e gigantes) do Espírito Santo e do Brasil devolvem os tributos que recolhem ao povo. Não apenas de Camilo Cola, como de todos. Quem devolve e quem embolsa? Quem é socializante e quem é profundamente egoísta, anti-social? Quem está a favor e quem está contra o coletivo de trabalho?

                            Os pesquisadores estão dormindo. Pois existe essa gente que ofende a nacionalidade e o Estado enquanto poder coletivo do povelite/nação ou cultura.

                            Interessa sobremaneira ver quantos empresários são potenciais sonegadores, de modo que a opinião pública force os técnicos da Receita Federal a investigar essa gente que só toma e nada dá de volta a esta terra e a esta gente.
                            Vitória, sábado, 22 de novembro de 2003.

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