sexta-feira, 21 de abril de 2017


Bem que a Arqueologia Faz

 

No livro já citado de André Parrot, Introdução à Arqueologia, Rio de Janeiro, Zahar, 1977 (sobre original de 1976), ele coloca na página 62:

“Evidentemente, primeiro porque se tratava de documentos ‘bíblicos’, mas principalmente porque a grande impressa acreditou ver aí um assunto para o ‘grande público’: e Cristo não teria sido precedido por um misterioso personagem, o ‘Mestre de Justiça’ dos novos textos, cuja própria vida, uns sessenta anos mais tarde, não teria sido mais que um decalque bem pálido? ”

Bem colocadíssimo nas finuras do argumento:

1.       Tá bem, Cristo existiu, mas antes dele existiu um Mestre de Justiça (de fato houve entre os essênios do Mar Morto, como descoberto nas cavernas de Qumran);

2.      Tal Mestre de Justiça não ditou todos os termos, que Jesus teria copiado? De fato, ditou, mas Cristo-Deus não copiou, os termos de Jesus são originalíssimos, veja Prova DiN.

As aspas que o Parrot coloca são as da dúvida sobre as falsas provas.

Os documentos de Qumran não são bíblicos, são quaisquer documentos copiados e agregados, como as “provas” estatísticas que qualquer um pode tendencionar: são forjados a partir da realidade para apoiar a seita essênia. Mesmo a seita tendo existido, como existiu, pegou os textos e os tornou tendenciosos (é isso que significa seita, desorientação em relação ao veio principal, é dissidência herética).

Depois, o grande público é grande só do ponto de vista da imprensa e dos tendenciosos de agora, é composto por quem lê, dentre esses os que apoiam o que pode muito bem ser apenas falsificação.

Como a grandeza duplamente milenar de Jesus seria decalque do Mestre de Justiça: que maestria? Que justiça?

Enfim, a boa arqueologia, a arqueologia séria nos livra dos pecadinhos e dos pecadões, das malversações da razão, do sono dela, dos pesadelos de nossa honra, de embarcarmos no trem das chicanas jornalísticas.

NO DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS – chicana.

Substantivo feminino
1       Rubrica: termo jurídico.
Dificuldade criada, no curso de um processo judicial, pela apresentação de um argumento com base num detalhe ou num ponto irrelevante
2      Rubrica: termo jurídico.
Abuso dos recursos, sutilezas e formalidades da justiça
3      Rubrica: termo jurídico. Uso: pejorativo.
O processo judicial
4      Rubrica: termo jurídico.
Contestação feita de má-fé
5   Derivação: por extensão de sentido.
Manobra capciosa; trapaça, tramoia.
6      Rubrica: automobilismo.
Passagem em ziguezague através de uma série de obstáculos
7      Rubrica: automobilismo.
Cada um desses obstáculos
8      Rubrica: esportes.
No esqui, figura de slalom que compreende três ou quatro portas.

É porisso que gosto tanto da Arqueologia geral.

Ela evita a propagação de erros e o oportunismo.

Vitória, sexta-feira, 21 de abril de 2017.

GAVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário