Bem
que a Arqueologia Faz
No livro já citado de André Parrot, Introdução
à Arqueologia, Rio de Janeiro, Zahar, 1977 (sobre original de 1976),
ele coloca na página 62:
“Evidentemente, primeiro porque se tratava de
documentos ‘bíblicos’, mas principalmente porque a grande impressa acreditou
ver aí um assunto para o ‘grande público’: e Cristo não teria sido precedido
por um misterioso personagem, o ‘Mestre de Justiça’ dos novos textos, cuja
própria vida, uns sessenta anos mais tarde, não teria sido mais que um decalque
bem pálido? ”
Bem colocadíssimo nas finuras do argumento:
1. Tá bem, Cristo
existiu, mas antes dele existiu um Mestre de Justiça (de fato houve entre os
essênios do Mar Morto, como descoberto nas cavernas de Qumran);
2. Tal Mestre de Justiça
não ditou todos os termos, que Jesus teria copiado? De fato, ditou, mas
Cristo-Deus não copiou, os termos de Jesus são originalíssimos, veja Prova DiN.
As aspas que o Parrot coloca são as da dúvida
sobre as falsas provas.
Os documentos de Qumran não são bíblicos, são
quaisquer documentos copiados e agregados, como as “provas” estatísticas que
qualquer um pode tendencionar: são forjados a partir da realidade para apoiar a
seita essênia. Mesmo a seita tendo existido, como existiu, pegou os textos e os
tornou tendenciosos (é isso que significa seita, desorientação em relação ao
veio principal, é dissidência herética).
Depois, o grande público é grande só do ponto
de vista da imprensa e dos tendenciosos de agora, é composto por quem lê,
dentre esses os que apoiam o que pode muito bem ser apenas falsificação.
Como a grandeza duplamente milenar de Jesus
seria decalque do Mestre de Justiça: que maestria? Que justiça?
Enfim, a boa arqueologia, a arqueologia séria
nos livra dos pecadinhos e dos pecadões, das malversações da razão, do sono dela,
dos pesadelos de nossa honra, de embarcarmos no trem das chicanas jornalísticas.
NO
DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS – chicana.
Substantivo feminino
1 Rubrica: termo jurídico.
Dificuldade criada, no curso de um processo judicial, pela
apresentação de um argumento com base num detalhe ou num ponto irrelevante
2 Rubrica: termo jurídico.
Abuso dos recursos, sutilezas e formalidades da justiça
3 Rubrica: termo jurídico. Uso: pejorativo.
O processo judicial
4 Rubrica: termo jurídico.
Contestação feita de má-fé
5 Derivação: por extensão de sentido.
Manobra capciosa; trapaça, tramoia.
6 Rubrica: automobilismo.
Passagem em ziguezague através de uma série de obstáculos
7 Rubrica: automobilismo.
Cada um desses obstáculos
8 Rubrica: esportes.
No
esqui, figura de slalom que compreende três ou quatro portas.
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É porisso que gosto tanto da Arqueologia
geral.
Ela evita a propagação de erros e o
oportunismo.
Vitória, sexta-feira, 21 de abril de 2017.
GAVA.
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