Perdulários
Vou confiar em minha
memória (a Internet e as fontes não retornam com nada específico) para dizer
que antes de 1973, primeira crise do petróleo, a gasolina nos EUA custava cinco
centavos de dólares o galão (3,6 litros), pelo quê poderíamos calcular que
encher hoje um tanque de 80 litros de uma caminhonete custaria pouco mais de
três reais (a Academia deve fazer os levantamentos precisos). As pessoas
abusavam mesmo. Os carros eram imensos, aqueles transatlânticos de que um
representante tardio no Brasil foi o Galaxy que fazia, talvez, 1/1, isto é,
consumia um litro de gasolina para cada quilômetro percorrido, enquanto os
carros fazem hoje fácil 12/1 e até mesmo 20/1.
Não queremos
meramente ver como ELES, aqueles de antes de 1973, consumiram tanta energia com
tão baixa eficiência geral (mas mostrar isso é importante – obter um quadro dos
países segundo um índice geral de rendimento), mas como NÓS continuamos
abusando, em todos os setores. Geralmente as pessoas só gostam de mostrar
Copacabana aos turistas, quando na realidade deveriam mostrar também as
favelas, porque assim, quem sabe, alguém nos ajudaria. Devemos revistar TODA a
existência nacional, mapeando cuidadosamente a Economia
(agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) para ver
por onde está vazando mais energia que o que seria o mínimo suficiente nas
frentes tecnocientíficas mais avançadas do mundo e daqui mesmo.
Quanto poderíamos
estar fazendo e quanto estamos realmente fazendo? Quanto nos empenhamos em
melhorar nesses 30 anos, 1973 a 2003? Passada uma geração, como ficamos em
termos de eficiência AMBIENTAL (municipal/urbana, estadual, nacional e mundial)
e PESSOAL (individual, familiar, grupal e empresarial)? Nos tornamos mais
conscientes? Foram tomadas providências para ensinar nas escolas sobre
pesquisa, uso, conservação de energia? Compreendemos melhor que há trinta anos
as pilhas de energia, sua montagem e seu desmonte? Quão perto ou longe estamos
de uma solução satisfatória que realmente alargue o horizonte energético
humano?
Com o pouco que
possuo de informações acho que não mudou muito, continuamos perdulários,
continuamos gastando em demasia, mesmo com tantos avanços do Conhecimento
geral.
Vitória, domingo, 05
de outubro de 2003.
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