quarta-feira, 22 de março de 2017


Perdulários

 

                            Vou confiar em minha memória (a Internet e as fontes não retornam com nada específico) para dizer que antes de 1973, primeira crise do petróleo, a gasolina nos EUA custava cinco centavos de dólares o galão (3,6 litros), pelo quê poderíamos calcular que encher hoje um tanque de 80 litros de uma caminhonete custaria pouco mais de três reais (a Academia deve fazer os levantamentos precisos). As pessoas abusavam mesmo. Os carros eram imensos, aqueles transatlânticos de que um representante tardio no Brasil foi o Galaxy que fazia, talvez, 1/1, isto é, consumia um litro de gasolina para cada quilômetro percorrido, enquanto os carros fazem hoje fácil 12/1 e até mesmo 20/1.

                            Não queremos meramente ver como ELES, aqueles de antes de 1973, consumiram tanta energia com tão baixa eficiência geral (mas mostrar isso é importante – obter um quadro dos países segundo um índice geral de rendimento), mas como NÓS continuamos abusando, em todos os setores. Geralmente as pessoas só gostam de mostrar Copacabana aos turistas, quando na realidade deveriam mostrar também as favelas, porque assim, quem sabe, alguém nos ajudaria. Devemos revistar TODA a existência nacional, mapeando cuidadosamente a Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) para ver por onde está vazando mais energia que o que seria o mínimo suficiente nas frentes tecnocientíficas mais avançadas do mundo e daqui mesmo.

                            Quanto poderíamos estar fazendo e quanto estamos realmente fazendo? Quanto nos empenhamos em melhorar nesses 30 anos, 1973 a 2003? Passada uma geração, como ficamos em termos de eficiência AMBIENTAL (municipal/urbana, estadual, nacional e mundial) e PESSOAL (individual, familiar, grupal e empresarial)? Nos tornamos mais conscientes? Foram tomadas providências para ensinar nas escolas sobre pesquisa, uso, conservação de energia? Compreendemos melhor que há trinta anos as pilhas de energia, sua montagem e seu desmonte? Quão perto ou longe estamos de uma solução satisfatória que realmente alargue o horizonte energético humano?

                            Com o pouco que possuo de informações acho que não mudou muito, continuamos perdulários, continuamos gastando em demasia, mesmo com tantos avanços do Conhecimento geral.
                            Vitória, domingo, 05 de outubro de 2003.

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