GH dos Cartórios
Se há uma coisa da
qual ninguém fala é dos cartórios. É como “mal de família”, aquela coisa
escondida que ninguém pronuncia. Não há uma geo-história deles, nem a nível
mundial, nem nacional, nem estadual, nem sequer a nível municipal/urbano.
Não obstante, eu
soube, um só em Vitória/ES dá ao proprietário 500 mil reais por mês, não
desprezíveis 135 mil dólares ou mais, por ano 1,62 milhão de dólares, o que é
considerável até nos EUA. Passam de pai para filho (ou filha) como herança do
mais alto valor.
Os políticos do Legislativo, os
governantes do Executivo, os juizes do Judiciário, os empresários, os bandidos,
todos ficam nas mães deles, PORQUE eles e só eles sabem quais propriedades
estão registradas, as legais E AS ILEGAIS, vindas de dinheiro sujo do “caixa
dois”, a renda do banditismo e da Máfia, do “caixinha” dos desvios de verbas, todas
as coisas não registradas perante o IR, tudo mesmo vai parar lá. Tanto ficam
nas mãos deles quanto um certo dono de cartório construiu o enorme Hotel Porto
do Sol em Vitória (e há um hotel esparramado em Guarapari, HPS de Guarapari),
de quatro ou cinco estrelas, que nem sei se foi feito com dinheiro do BANDES,
Banco de Desenvolvimento do ES. É preciso investigar tudo.
Para legalização neste país cartorial
qualquer mera assinatura em documento custa três reais para registrar a “firma”
e mais um real cada cópia autenticada. Só se acredita, neste país mentiroso, em
assinatura confirmada em cartório. Tanto assim que Vinícius fala em uma de suas
músicas em “assinatura de Deus passada em cartório”.
São de
numerosíssimos tipos, de registro de títulos e documentos em microfilmes, de
reconhecimento de firmas, de registro de imóveis e quaisquer propriedades - são
tantos que nem sabemos ao certo. São concessões federais obtidas à custa de
muito conchavo e favor político de alto nível, ou caem do céu, ou são obtidos
por traição (como o que certo funcionário conseguiu golpeando o antigo patrão,
em Vitória).
Só se a Academia
(universidade ou instituto) decidisse contar em tese de mestrado ou doutorado,
ou algum pesquisador autônomo se interessasse, é que ficaríamos sabendo os
podres dessa instituição nacional. Causaria a maior celeuma e também grande
apreensão. Seria preciso pacificar antecipadamente os proprietários (de posses
e dos cartórios), além dos donos dos governempresas, dizendo tratar-se de coisa
isenta.
Enorme sucesso em
livro e documentário.
Vitória,
segunda-feira, 13 de outubro de 2003.
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