sexta-feira, 24 de março de 2017


Interesse dos Políticos

 

                            Eurico Resende não consta nem da Barsa digital nem da Koogan/Houaiss de papel, mas foi político do ES, puxa-saco dos militares, governador biônico do estado, por muitos anos senador da República, feliz herdeiro de concessão de universidade, tendo colocado a UVV, Universidade de Vila Velha, que agora está em poder de seus herdeiros, imagino, porque continua familiar.

                            A UVV se jacta de que “Tamanho é Documento: infra-estrutura moderna, mais de 10.000 alunos, 3 campi, o maior Centro Universitário do Espírito Santo e muito mais. www.uvv.br” . Não é verdade que seja a maior, a UFES (Universidade Federal do ES) ainda é a maior, a melhor e a mais diversificada, mas a UVV já não está muito para trás. O que se pode conseguir com favor federal em apenas 20 ou 30 anos!

                            Seria muito interessante a Academia fazer um levantamento geral (no ES, no Brasil e no mundo) de todas as concessões feitas a políticos de meios (de TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Rádio e Internet só a TV e o Rádio são obtidos através de favores do Ministério das Comunicações, ou o que seja) e de permissões do MEC, Ministério da Educação e Cultura, para colocar faculdades e universidades.

                            É claro que eles não vão lá para ganhar oito mil reais (por exemplo, o atual ministro da Justiça ganhava como advogado 200 mil por mês), nem por amor ao povelite ou à pátria, vão para lucrar horrores, seja vendendo seus votos na hora da aprovação das leis, seja conseguindo tal ou qual favor. Seria muito interessante saber, através de todo o mundo, por faixa legislativa (nos EUA os deputados federais ficam dois anos, aqui quatro; lá os senadores ficam seis e aqui oito anos), o que os políticos do Legislativo, os governantes do Executivo e os juizes do Judiciário levam de fato, seja através de tais favores, seja por meio de desvios de verbas e propinas. Enfim, COMO ENTRAM e COMO SAEM?

                            Acho que bastaria isso para nunca mais acreditarmos neles.

                            Vitória, sábado, 11 de outubro de 2003.

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