Dublê de Corpo
O Alegria, que vende
água de coco e é nosso amigo, no decorrer da conversa disse que se alguém nos
atacasse deveríamos dizer: “meu corpo está ali”, ou seja, ele serviria de
anteparo, e daí me veio a idéia de que os guarda-costas são dublês de corpo,
corpos substitutos, postos diante de outros para morrer por eles. É claro que
muitas vezes é por dinheiro, é por pagamento, mas quem dos outros ofereceria
seu corpo à morte por outrem?
É preciso algum
desprendimento para oferecer-se assim, é ou não é? Fico estarrecido que a
dedicação de alguns camaradas, através de toda a geo-história, seja tão grande
a ponto de eles oferecerem suas vidas pelos contratantes (pode ser até
pagamento em amizade e em geral é mais por amizade e senso de dever que por
qualquer outra coisa), como já vimos tantas vezes em filmes e contado tantas
outras em livros.
Até mesmo os dublês
de cinema, que colocam seus corpos a serviço dos filmes são criaturas
admiráveis, porque não é fácil sentir dor (se fosse ela não existiria, porque
não serviria de aviso AGUDO, grave).
Que mundo tão
admirável pode ser este, que a par de gente tão ruim tenha gente tão boa!
Fica aqui a saudação
a todos eles (e elas).
Vitória, sábado, 18
de outubro de 2003.
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