quarta-feira, 22 de março de 2017


Algo a Dizer a Jenny

 

Esta é Jenny Lawson, autora de Alucinadamente Feliz (Um livro engraçado sobre coisas horríveis), Intrínseca, Rio de Janeiro, 2016 (sobre original de 2015), que comecei a ler.

AUTORA E LIVRO

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Americana, 1973.
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Na orelha esquerda do livro, alguém diz:

“Mergulhada em mais uma crise de depressão numa semana cheia de notícias ruins, Jenny de repente decidiu não se deixar escravizar pelas emoções negativas e fazer de tudo para se sentir feliz. Não só feliz. Alucinadamente feliz”.
Jenny nada entende de dialógica, em particular de dialética, que leva o contrário ao complementar, o sim ao não, a verdade à mentira, o feliz ao infeliz – torce um lado e o transforma no outro, conforme o diagrama yin/yang.
“Jenny se empenha no exercício constante de buscar o lado mais insólito dessas situações e dele extrair a alegria que vai salvá-la”.

Eis os contornos:

1)      O tecido todo (na realidade, é o espaço) é como plano inelástico, se diminuir de um lado aumentará do outro, por vezes situado bem distante da origem;

2)     É uma gangorra, sobe e desce alternadamente;

3)     Se você ficar alucinadamente feliz, correspondentemente se tornará lucidamente infeliz (verá toda a sua vida RACIONALMENTE como imprópria); não é senão esse o processo da espiral aumentada que leva os drogados à hiperdose e à morte;

4)     Ninguém é o tempo todo feliz ou alucinadamente feliz: as pessoas em volta ficarão chateadas não com o estado de felicidade, mas com a insistência maluca de nele permanecer a todo custo.

E assim por diante, teríamos de discorrer longo tempo.

Em resumo, a Jenny corre perigo (espero mesmo que ela se safe) e põe em perigo a coletividade. Os Estados Unidos dos 35 % de obesos é nação em fuga, país que quer se esconder da realidade que, alguém dia, baterá em cheio e será MUITO MAIS chocante e destrutiva: estão represando o mal-estar, varrendo-o para debaixo do tapete, uma hora vai vazar, o ambiente e as pessoas vão se estuporar todas, porque a avalanche não pegará somente os doentes, pegará igualmente os outros 65 %. O excesso de mimos vai arrebentar com eles e com o mundo.

Parodiando Jesus, o sorriso foi feito para o rosto, o rosto não foi feito (o tempo inteiro) para o riso.

É boa moça, herdou problemas nos genes, rogo por ela.

Vitória, quarta-feira, 22 de março de 2017.

GAVA.

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