quarta-feira, 22 de março de 2017


A Inauguração do Oriente e a Nação do Mao

 

No DramaFever comecei a assistir filme sobre a aprendiz oriental de tradução que faz intercâmbio na Áustria: a película não é nada fantástico, mas serve para racionar que os orientais (há uma sequência de adesão deles, através de guerras, do que já falei: Índia com os portugueses e depois a Inglaterra, Japão com os portugueses e depois os americanos em 1868 e 1945, a China com os portugueses e depois em 1949, Taiwan na fuga, a Coreia do Sul em 1953, o Vietnam em 1975, todos cristianizados mais ou menos, quando não seja nos procedimentos políticadministrativos).

Os EUA impuseram ao Japão a constituição democratizante em 1945 e a ocidentalização das roupas e de tudo, o que provocou resistências (pensava que tinha sido espontâneo). Os outros seguiram, o que vejo como muito bonito, essa adesão maciça à liberdade ocidental, aos produtos, aos objetos, às ideias, aos processos e programas, ao gestual e o que mais – foi uma grande doação deles, capacidade que não sei se o Ocidente teria. São mais maleáveis, quando parece o contrário na rigidez formal e linguística.

Seria possível a alguém mapear todas as transformações?

Historicamente criaram objetos lindos, vestimentas muito elegantes, procedimentos de grande valor e mesmo assim mergulharam de cabeça e emocionalmente nas liberdades que o Ocidente foi levar como novidade (o que quer dizer, essencialmente, Cristo-Deus, aceitação plural de algo que politicamente rejeitariam como sujeição inaceitável).

O Oriente todo tornou-se claro, luminoso, uns mais que outros.

O Oriente foi reinaugurado, reaberto sob nova gerência.

Achei muito tocante, iridescente, formoso mesmo.

Parabéns por isso.

Quanto a Mao, ele mesmo foi uma pessoa perversa, sem consideração por quem quer que seja, sua presença resultou na morte de 70 milhões, dizem, imensa tragédia mundial. Entrementes, no que tange à Revolução Cultural (Grande Revolução Cultural Proletária, a partir de 1966 – cultura é nação, civilização), quando castigou barbaramente os intelectuais, de início (quando parecia apenas mudança de modos, sem tortura e sem covardias) aplaudi, pois tirava o ranço e as teias de aranha da antiguidade impeditiva da China, toda aquela veneração pelo arcaico, o obsoleto que amarrava braços e pernas nacionais.

Provocado o corte, o que vemos agora é uma China liberta que se projeta para frente. Até do Mao, Deus tira o bem. A China é agora dos jovens, da liberdade, daquela emoção não-ancestral antiquada, atrasada. E os jovens virão maciçamente ao Ocidente ver, ouvir, sentir, cheirar.

Bom, muito bom, excelente, há aí um gancho para a união planetária.

Vitória, quarta-feira, 22 de março de 2017.

GAVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário