A Terra e a Lua
Da Mirador podemos
tirar, tomo 10, Geologia, p. 5.261 e seguintes, especialmente na página 5.273,
um quadro classificatório. O pré-Cambriano sozinho ocupa mais ou menos quatro
bilhões de anos. Há 570 milhões de anos rebentou o Cambriano, notável
justamente por existir a tal “explosão cambriana de vida”. O que a teria
provocado?
Tenho pensado que
foi um grande meteorito, que extinguiu 99,9 % da vida anterior, como dizem os
cientistas, e rebentou Pangéia (“toda a Terra”, em grego). Depois, por volta de
260 milhões de anos, foi a vez do rebentamento da Gonduana, que separou Brasil,
África, o sub-continente indiano, etc. Dessa vez o meteorito era menor, extinguiu
apenas 97 % e deu início à Era dos Dinossauros. Depois foi a vez destes findarem
há 65 milhões de anos com um outro que caiu na atual Península do Iucatã; dessa
vez pereceram somente 70 % das espécies. De cada vez, creio, há um CONGELAMENTO
DESENFREADO, como os cientistas tem chamado. Provocam invernos naturais, em
lugares de invernos atômicos ou nucleares, que nós mesmos deflagraríamos. Cai o
meteorito, sobem pedras arrancadas, água, poeira, restos de vida, a pressão
espalha ondas de choque que abrem fissuras na terra, donde irrompem muitos
vulcões, os quais, por sua vez, somam seus efeitos deletérios ao processo.
Efeitos colaterais. Se meteorito grande, grandes efeitos colaterais:
terremotos, maremotos, vulcões, água fervendo, efeito estufa terrível, fim da
fotossíntese, fim da vida, uma seqüência bem daninha mesmo.
VEJAMOS OS TAMANHOS (correlativos às extinções)
ANOS
(milhões)
|
EXTINÇÃO
(percentual)
|
570
|
99,9
|
260
|
97,0
|
65
|
70,0
|
O que há de comum nisso? Os
cientistas, pesquisando, descobriram que parece haver um período de
bombardeamento de 26 milhões de anos, a gente estando no meio de um, 13 milhões
de anos para a esquerda, 13 milhões de anos para a direita. Somando: 13 + 26 +
26 = 65, exatamente aquele em que os dinossauros foram extintos. Deveríamos
esperar um lá por 10 x 26 = 260 milhões, aquele em que os dinossauros foram
criados (na realidade ou 273 ou 247 milhões de anos). Se dividirmos 570/26
teremos 21,9, uma fração, de modo que deve ser 21 (há 546 milhões de anos) ou
22 (570 milhões de anos – na realidade 557 ou 583 milhões de anos, mas nunca
570), coincidindo com a “explosão Cambriana” da vida. Como já descrevi, penso
que se forma uma capa impenetrável ao calor do Sol, armazenando na geo-esfera
termomecânica da Terra o calor gerado dentro dela por radiatividade que, esta
sim, provoca a irradiação posterior. Por um lado, está claro que temos 13
milhões de anos, mas nunca há garantia de que seja um dos pequenos ou dos
grandes. Por outro lado, desde 65 milhões de anos atrás tivemos outras quedas
há 39 e há 13 milhões de anos, o que deve ter gerados as glaciações, períodos
de enormes irradiações, como já vimos, não apenas espalhamento da vida, mas de
enorme intensidade de NOVA VIDA – quando em perigo ela se torna extremamente
inventiva. Pode parecer que 13 milhões de anos é uma margem muito segura, mas
dificilmente esse seria o único mecanismo; pode ser que os vulcões explodam com
extrema violência de tempos em tempos, pois há-os micro, pequenos, médios,
grandes e gigantes. Enfim, as catástrofes estão por aí mesmo.
Agora, qual é o papel da Lua nisso
tudo?
Aparentemente ela deteve muito do que
estava destinado a nós. Não se trata apenas de lá não haver atmosfera e aqui
si, de lá não existir erosão das crateras e aqui sim. Devido à sua velocidade
os astrônomos e astrofísicos podem estimar quantos dos meteoritos, cometas,
asteróides e planetóides ela segurou, isto é, quantas de suas crateras teriam
sido nossas – para medirmos nossa gratidão à sua posição passiva ali. E fica a
curiosidade de a Lua ser O ÚNICO dos corpos celestes do sistema solar cujo
arrastamento gravitacional de seu planeta ser menor que de outro corpo, no caso
o Sol: a Lua é mais atraída pelo Sol que pela Terra.
Vitória, sábado, 23 de agosto de 2003.
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