Programa Tropical
Desde quando vi na
Rede Cognata (veja no Livro 2, Rede e
Grade Signalíticas) que paradigma = PROGRAMA = PROJETOS = PENSAMENTOS =
PISTAS, etc., compreendi que há um seccionamento, um balizamento entre duas
travas, à esquerda e à direita, além das quais os pesquisadores do Conhecimento
(Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e
Matemática) são instados de muitos modos a não ir, a não se aventurar.
Assim sendo, se há
programa, há PROGRAMA DOMINANTE, aquele que está acima e à frente dos demais,
por exemplo, o do primeiro mundo, que os demais seguem, refletida ou
irrefletidamente, parcial ou totalmente ignorantes de sua independência
postulável, e DOMINÂNCIA DE PROGRAMA, o fato de que dentro do PD há um ou mais
de um programa (s) dominante (s).
Em nosso mundo o PD
(paradigma dominante) é o do primeiro mundo, dentro destes aqueles que mais
fascínio têm pela Burguesia geral, em toda parte do planeta, e pelos quais as
elites têm mais simpatia. Os programas subservientes a estas podem também
prejudicá-las, conforme mostra a dialética, de modo que tendem a serem
expurgados, colocados para fora, defenestrados. E, dentre aqueles a que elas se
opõem inicialmente podem despontar programas que no fundo as beneficiam, e que
elas, mais à frente, ou até muito mais adiante, incorporarão, digamos aqueles
que eram ou pareciam ser revolucionários, mas prestam serviço de classe.
Do ponto de vista
dos chamados “excluídos” (de quê?) - pensemos nos terceiros e quartos mundistas
tropicais -, seria fundamental eleger aquelas pesquisas e buscas que
favorecessem abertamente os que se devotam a gêneros divergentes de pensamentos
e sentimentos, esses tais que querem uma ordem distinta de admissões, que não
são apenas as antigas e até agora irredutíveis, e sim novas, assim postulando a
aceitação de outros no cortejo da igualdade.
Teriam estes de
escolher um PROGRAMA TROPICAL, redesenhando os marcos civilizatórios, isto é,
conceituais, reposicionando as idéias que interpretam as superfícies mostradas.
Isso, como sabemos, não é fácil, nem ninguém disse que seria. Emergir de si
para coragens novas não é um piquenique em dia de sol e céu de brigadeiro.
Exige coragem e enfrentamento dos paradigmas dominantes e opressivos.
Vitória,
sexta-feira, 06 de junho de 2003.
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