quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017


Pobreza das Terras

 

                            O Atlas Histórico, São Paulo, Britannica, 1988 (impresso em Barcelona), p. 15, diz: “A pobreza das terras ocupadas pelos árias em sua invasão e as estruturas sociais e econômicas por eles estabelecidas impulsionaram uma obra de colonização que começou a desenvolver-se a partir do século VIII a.C.”, negrito e colorido meus.

                            Veja, não é a pobreza das terras ou a penúria de águas, é a inferioridade do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral que impede o ir, o espalhar-se. É a ausência de uma frente tecnocientífica mais segura de si e do mundo que impede a dilatação dos seres racionais.

                            Porque os seres humanos, até por definição, comportam racionalidade e, diferentemente dos animais (mas não são todos), não avançam apenas física/quimicamente ou biologicamente/p.2, adiantamo-nos psicologicamente/p.3, ou seja, RACIONALIZAMOS O AMBIENTE - os avanços dependem mormente de racionalização, de criação de OBJETOS RACIONAIS e de PROGRAMAS RACIONAIS, de programáquinas ou processobjetos racionais.

                            Não vamos a Burarama, Cachoeiro de Itapemirim, ES, Brasil, América do Sol, Américas, mundo-Terra somente nos níveis anteriores, vamos racionalmente, vamos como humanos, com todos os sinais de nossa humanidade. Temos uma interface DE CONHECIMENTO, uma interface de racionalidade. É ela que é suficiente ou insuficiente. Na mesma terra que os árabes julgavam apenas um deserto os israelenses tiraram excelentes colheitas. E no mesmo solo julgado pobre antes pelos coronéis nordestinos, consequentemente abandonados como infértil, novos conhecimentos vindos do Sudeste e do Sul do Brasil produziram colheitas gigantescas de uvas e outras frutas supostas de terras frias.

                            Não é o solo, mas o conhecimento que se tem do solo.

                            Na falta de conhecimento nada presta.

                            O que aconteceu de fato foi que os árias não dispunham de conhecimentos mais avançados que tirassem das terras onde estavam o sustento que desejavam. E de eles, simplesmente, ambicionarem o alheio, segundo aquela velha tendência de sobreviver à custa do suor dos outros.

                            Vitória, segunda-feira, 02 de junho de 2003.

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