Pitágoras
Como base o livro de
Mário Ferreira dos Santos, Pitágoras e o
Tema do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, nas páginas citadas.
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A SIMETRIA DOS PARES (p.162): “Cosmos, para Pitágoras, que
foi o primeiro a usar este termo para indicar o universo, vem do verbo Kosmein, que significa organizar, e se
opõe a Khaos, o que ainda não foi
ordenado”. Veja que na Rede Cognata (q.v. Rede
e Grade Signalíticas, Livro 2), caos = COSMOS = ORDEM, se caos é escrito
apenas com C; mas como está no grego seria KH = CH = S, portanto, chaos = SOM. Pitágoras
põe até aqui os pares de opostos/complementares, mas não a sua
complementaridade em soma zero, tal como está no modelo e na conservação dos
números (digamos, a conservação da energia). Mais adiante: “Nunca Pitágoras afirmou
a perfeição absoluta do universo, mas, sim, a harmonização dinâmica, e não
estática, a perfectibilização vial do Cosmos; ou seja, que a perfectibilização
é um estágio que perdura no fluir, mas que, por sua vez, flui num suceder mais
lento, mas que revela uma acordância entre os discordantes, uma simetria entre
opostos, uma simetria que implica sempre opostos analogados, porque
a harmonização implica algo ao qual se harmonizam os pares (pois o par é a
multiplicidade; e
os muitos podem ser considerados como analogados aos pares de contrários)”, negrito e colorido meus, itálicos
no original. Note que ele diz, como quase todos até antes do modelo, PARES DE
CONTRÁRIOS e não de opostos/complementares. Por outro lado, aqui ele já
consigna a paridade real, a simetria, que no modelo é incompleta, um lado se
fazendo à custa do outro. Como muitos = ESTUDOS = MODELOS, etc., analogados =
SEPARADOS, etc., aos = 0/0.S = EM “e os muitos (...)” = E OS MODELOS PODEM SER
SEPARADOS EM PARES DE CONTRÁRIOS ou PARES DE CENTROS, raios de um mesmo
diâmetro.
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A NORMALIZAÇÃO DOS PARES (p. 162): “A harmonia é a ‘unidade do
múltiplo e a acordância do discordante’, o que é manifesto em toda parte.
Assim, o universo é harmônico, porque nele vemos o discordante acordar-se em
uma norma que predomina. Não é o universo um feixe de perfeições absolutas secundun quid, mas um feixe de
discordâncias que se acordam; é a multiplicidade pré-harmônica que se
harmoniza”. Veja que discordante = DISTANTE = DESCRENTE, etc., acordância =
BRANCO = TEXTO, etc., unidade = PIRÂMIDE = PISTA = HARMÔNICO, etc., harmonia =
PI = CHAVE, etc. assim, além das opiniões de Pitágoras, que poderiam ser as de
quaisquer uns, há a fala por trás dela. Em todo caso ele parte do discordante
para o acordante, do distante para a compreensão, enquanto o modelo diz que o
movimento é duplo: se a bandidagem for expulsa do Brasil era irá para outro
lugar.
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TRÍADES, p. 163: “Exige, ainda, a harmonia
que os contrários tenham, além de um
logos contrário, ou pelo menos, distinto, que os elementos componentes de
um dos pares de contrários, analoguem-se entre si, ou que tenham, em certo
aspecto, um logos que os identifique
(...)”. Como elementos = MODELOS, etc., logos = DEUS = DUPLO = DOIS, etc.,
podemos ver que por DOIS (já que ele havia nitidamente identificado O PAR DE
CONTRÁRIOS) ele entende o terceiro elemento que resolve o par, OS DOIS, como no
modelo. E esse “analogar-se” é o prenúncio da dialética racional do Ocidente,
par daquela outra, emocional, do Oriente, que se apresenta quase na mesma época
no TAO de Lao Tse.
Em resumo, Pitágoras não era nada
simples. Pelo contrário, era um prenunciador do modelo, e aqui, como na questão
da Matrix Pitagórica, da qual falei
de passagem, foi um precursor. Se tivéssemos seguido o caminho dos números
poderíamos ter percebido o Desenho de Mundo ou Plano da Criação há muito mais
tempo, talvez dois mil anos mais cedo (embora com a exclusão de tantos, o que
teria sido pernicioso). Do mesmo modo, o discurso filosófico de Pitágoras com
relação aos pares de opostos/complementares e à lógica-dialética ou dialógica
implícita das tríades, as soluções centrais dos pares, como no modelo.
Eis esse novo Pitágoras que podemos
re-ver em sua grandeza implícita e tão mais admirável quanto aconteceu muito
cedo.
Vitória, sexta-feira, 30 de maio de
2003.
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