terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Para Todos os Efeitos...

 

                            O calórico, o éter e o universo centrado na Terra deveriam ter sido afastados?

                            O calórico era presumido fluido que existiria nos corpos e que Benjamin Thomson (americano, 1753 a 1814, 61 anos entre datas), conde Rumford, destruiu com suas experiências enquanto conceito. Na página 1.317 de Conhecer Universal, tomo 8, ele diz: “Torna-se quase desnecessário dizer que tudo aquilo que um corpo qualquer ou sistema de corpos, isolados, é capaz de produzir ilimitadamente não pode ser uma substância material; a mim parece difícil, se não impossível, formar a idéia de uma coisa que se desprenda e se comunique no decurso dessa experiência, a não ser MOVIMENTO”. Ele estava certo, claro.

                            O éter, segundo a Koogan/Houaiss de papel, p. 382, era “fluido sutil que encheria, segundo os antigos, os espaços situados além da atmosfera/ Fluido hipotético, imponderável, elástico, que se considerava como o agente de transmissão da luz e da eletricidade”. Como se sabe, Michelson (Albert Abraham, físico americano nascido na Polônia, 1853 a 1931, 78 anos entre datas) e Morley (Edward Willian, americano, 1838 a 1923, 85 anos entre datas), negaram com suas experiências a existência do éter.

                            Quanto ao universo centrado na Terra, pelas teorias de Cláudio Ptolomeu (grego, século II, morreu com 78 anos), ele foi negado por Nicolau Copérnico (polonês, Mikolaj Kopernik, 1473 a 1543, 70 anos entre datas), com a obra Sobre as Revoluções dos Orbes Celestes, 1530, cuja publicação foi autorizada em 1540, tendo o primeiro exemplar chegado às mãos do autor pouco antes de sua morte.

                            Então, agora temos um mundo centrado no sol, para efeitos do sistema solar, sem calórico ou foglístico, sem éter, sem energia vital, sem várias propriedades mágicas. Fica tudo mais simples de compreender.

                            O Conhecimento é, no modelo: Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática. A Ciência foi denegrindo e afastando progressivamente todos os demais modos de conhecimento, rebaixando-os a superstições, coisas das sombras, como ainda fazia Carl Sagan na década dos 1990. Até mesmo a Técnica foi submetida aos grilhões científicos, ficando parecendo, hoje em dia, Ciência-menor.

                            Agora, PARA TODOS OS EFEITOS, teria sido melhor conservar os correspondentes mágicos, PORQUE, por exemplo, com o fluído calórico teria sido possível pensar, em termodinâmica, em termos práticos, como se estivéssemos extraindo calor dos corpos, tratando-o como um fluido. Em termos de mecânica celeste, as complicadas postulações de Ptolomeu teriam impulsionado a geometria para muito mais alto. O éter nos teria feito chegar mais depressa a essa campartícula fundamental que postulei e que a Física vem de admitir como elemento de composição de todas as partículas, inclusive os quarks, e que os gregos antigos chamavam de ÁTOMO (não é esse de mesmo nome, o átomo moderno). A energia vital teria permitido uma prateoria tecnocientífica de equilíbrios mecânicos, estaticodinâmicos. Sem a necessidade de postular os virtuais caímos em maior simplicidade, que faz avançar mais rápido a expressão dos interesses burgueses, mas é um universo não apenas menos belo mágica e artisticamente, mas menos frutuoso em termos de expansões matemáticas.
                            Vitória, domingo, 25 de maio de 2003.

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