Descendentes de
Bandidos
Dizem que os
brasileiros são descendentes de degredados, mas não foram realmente muitos, e mesmo
assim só no princípio, ao passo que na Austrália sim, lá era uma colônia penal
de todo o Reino Unido.
Para começar, em vez
de descoberto em 1500 por Pedro Álvares Cabral o Brasil, a Austrália só foi
achada pelos ocidentais em 1770, capitaneados os ingleses por James Cook (1728
a 1779, 51 anos entre datas, morto pelos indígenas), chegando a Austrália
ocidental a ter agora 233 anos. Lá, sim, eram todos degredados, assassinos,
ladrões e todo gênero de maus elementos. Nem porisso a Austrália é ruim, hoje,
e o Brasil bom.
Com área de 7.682,3
mil km2, população de 19,3 milhões em 2001, densidade de 2,5 hab/km2
(por comparação, respectivamente, a 8.514,2 mil km2, 169,6 milhões
de habitantes em 2000, então densidade de 10,0 hab/km2 no Brasil), o
PIB de lá era de US$ 404 bilhões em 1999, enquanto o de nosso país ficou em US$
595,3 bilhões em 2000.
Embora o PIB real do
Brasil seja muito mais alto que isso, dada a sonegação de informação que passa
os 60 % (enquanto lá é muito menor), mesmo assim veja que a população australiana
é de perto de um nono (1/9) a brasileira. Pais bandidos não implicam a
descendência não se desenvolver e melhorar, nem o contrário, pais bons e
tementes a Deus não significam garantia de sucesso para os filhos, nem muito
menos de retidão.
O que devemos buscar
como fonte da prosperidade de lá são os acertos das elites no trato com o povo,
maior distribuição de renda, menor imoralidade no trato da coisa pública e
coisas que tais – o que os pesquisadores daqui e de lá deveriam mostrar.
Tudo depende de a
descendência dos piratas resolver trilhar o caminho da decência e, pelo
contrário, os descendentes dos bons decidirem seguir o caminho dos demônios e da
traição mútua. O resto a gente vê nos cenários que apresentam Austrália e
Brasil aos olhos do mundo.
Vitória,
quarta-feira, 28 de maio de 2003.
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