De Quem é a Rua?
Transeuntes ou
caminhantes passam pelas calçadas, carros (automóveis, caminhões) e motos pelas
ruas. Os ciclistas ficam onde? Se circularem nas calçadas se chocarão com os
pedestres, se nas ruas com os veículos. Aí cabe a pergunta: deu quem é a rua?
Em primeiro lugar, é
do Estado, que é a representação ideal ou legal do povelite/nação. Pela ordem
os cidadãos votam a Assembléia Constituinte, esta a Carta Magna, daí derivando
as leis, delas a instituição dos logradouros (praças, ruas, avenidas) e
calçadas, toda a organização e a produção e reprodução do Estado.
Se pertencem ao
Estado, pertencem a todos igualmente. Pela cidadania, a todos e a cada um,
igualmente, igualitariamente, sem pertencer mais a uns que a outros. CADA UM é
dono da rua – nem mais, nem menos. Entrementes, os ciclistas vêm sendo
escorraçados. Aliás, os pedestres, os ciclistas e os motoqueiros, pois os
proprietários de veículos se sentem donos exclusivos das ruas, a ponto de
haverem criado, desde algumas décadas atrás, as “ruas de pedestres”, o que é
esquisito, porque TODAS AS RUAS SÃO DE PEDESTRES – também. Os passantes e os
ciclistas cedem-nas gentilmente aos motoristas e aos motoqueiros. É uma
convenção, nada mais. Nesta civilização da supervelocidade convencionou-se implicitamente
que as ruas estão sendo cedidas (mas isso é temporário, até que haja o retorno)
à circulação preferencial de veículos, e não de passantes e esportistas.
Eventualmente elas serão retomadas.
Vitória, sábado, 24
de maio de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário