Mais Picaretagem
Surgiram
essas lojas de 1,99 (reais), quer dizer, produtos que custariam, em tese, R$
1,99 (o que já é bandidagem, essa técnica antiga de colocar um centavo a menos
que dois reais, porque a mente lê um real e só depois os 99 centavos; fiz um
anteprojeto de lei contra isso, mas não levaram adiante). Depois começaram a
vender coisas por mais que isso, pois esse valor seria “só referência”, podendo
haver outros de 2,99 (3,00), 3,99 (4,00) e mais.
Agora
surgiu em Jardim da Penha uma picaretagem ainda maior, pois colocaram Loja
de X,99, quer dizer, QUALQUER PREÇO, iludindo a população, o que é
evidentemente propaganda enganosa (mas eles iriam se livrar porque diriam que o
X representa qualquer dígito real, 1, 2, 3 ... n). Fui lá e me venderam um jogo
de plástico para guardar cereal (arroz, etc.) e açúcar a 14,99 (e não
devolveram o troco, claro).
Bandidagem
purinha, purinha.
Safadeza
da grossa, como diz o povo.
Por
quê as pessoas fazem algo assim?
Se,
trabalhando a favor o mundo já é uma coisa tão triste, que dirá trabalhando
contra. Isso nos remete àqueles 2,5 % que o modelo diz que vão sempre estar
praticando “ordinarices”, como diz o povo. É inevitável. Nas melhores
situações, quando tudo estiver bom, perfeito, adorável, eles vão fazer. De modo
que, realmente, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Não pode afrouxar
nunca, por toda a eternidade. Afrouxou um tiquinho que seja eles botam a cabeça
de fora. Veja-se que criaturas terríveis eram os judeus antigos, a ponto de a
Bíblia consagrar os 100 mil mandamentos (Carl Sagan, no livro e depois filme Contato,
diz 10 milhões de mandamentos, ou algo assim).
Punir
não adianta, pois eles juntam ainda mais força para sua tarefa pérfida. É
preciso educar as pessoas em volta, de modo que elas, não comprando lá, façam o
invasor se retirar do mercado pela falência da firma (mas ele irá fazer outra
coisa ruim; talvez seja o caso apenas de mantê-lo sempre pequeno, ínfimo).
Vitória,
quarta-feira, 28 de agosto de 2002.
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