segunda-feira, 26 de dezembro de 2016


Mais Picaretagem

 

                            Surgiram essas lojas de 1,99 (reais), quer dizer, produtos que custariam, em tese, R$ 1,99 (o que já é bandidagem, essa técnica antiga de colocar um centavo a menos que dois reais, porque a mente lê um real e só depois os 99 centavos; fiz um anteprojeto de lei contra isso, mas não levaram adiante). Depois começaram a vender coisas por mais que isso, pois esse valor seria “só referência”, podendo haver outros de 2,99 (3,00), 3,99 (4,00) e mais.

                            Agora surgiu em Jardim da Penha uma picaretagem ainda maior, pois colocaram Loja de X,99, quer dizer, QUALQUER PREÇO, iludindo a população, o que é evidentemente propaganda enganosa (mas eles iriam se livrar porque diriam que o X representa qualquer dígito real, 1, 2, 3 ... n). Fui lá e me venderam um jogo de plástico para guardar cereal (arroz, etc.) e açúcar a 14,99 (e não devolveram o troco, claro).

                            Bandidagem purinha, purinha.

                            Safadeza da grossa, como diz o povo.

                            Por quê as pessoas fazem algo assim?

                            Se, trabalhando a favor o mundo já é uma coisa tão triste, que dirá trabalhando contra. Isso nos remete àqueles 2,5 % que o modelo diz que vão sempre estar praticando “ordinarices”, como diz o povo. É inevitável. Nas melhores situações, quando tudo estiver bom, perfeito, adorável, eles vão fazer. De modo que, realmente, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Não pode afrouxar nunca, por toda a eternidade. Afrouxou um tiquinho que seja eles botam a cabeça de fora. Veja-se que criaturas terríveis eram os judeus antigos, a ponto de a Bíblia consagrar os 100 mil mandamentos (Carl Sagan, no livro e depois filme Contato, diz 10 milhões de mandamentos, ou algo assim).

                            Punir não adianta, pois eles juntam ainda mais força para sua tarefa pérfida. É preciso educar as pessoas em volta, de modo que elas, não comprando lá, façam o invasor se retirar do mercado pela falência da firma (mas ele irá fazer outra coisa ruim; talvez seja o caso apenas de mantê-lo sempre pequeno, ínfimo).

                            Vitória, quarta-feira, 28 de agosto de 2002.

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