domingo, 25 de dezembro de 2016


Excelência Capixaba

 

                            Ainda me lembro de quando os produtos japoneses, na década dos 1960, significavam porcarias, coisas ruins, que não devíamos comprar, como hoje os chineses, que a gente adquire por serem mais baratos que os outros todos. Foi assim que os japoneses se firmaram, a ponto de hoje serem considerados os melhores, por exemplo, os televisores Sony. As empresas brasileiras consorciadas com os japoneses afirmam: “os nossos japoneses são melhores que os dos outros”. O mesmo se dará com os produtos chineses. Quarenta anos passam logo.

                            Sobre o Made in Brazil (feito no Brasil) poderíamos acrescentar EXCELÊNCIA CAPIXABA. De início              as pessoas iriam rir, talvez, mas com o tempo se acostumariam, em 40 anos teríamos uma realidade nova, reconhecida no mundo inteiro. Não precisamos seguir exatamente os passos do restante do Brasil, podemos acrescentar algo, do mesmo tamanho ou menor. E colocar o ES na senda do crescimento das exportações.

                            Uma vez fui contra, na época do Delfin Neto, PORQUE as coisas melhores vão sempre para o exterior, deixando no Brasil somente as coisas de segunda, terceira ou quarta classes. Contudo, se forem produzidas no mesmo nível de excelência (pelo mesmo preço), sendo vendidos os produtos indiscriminadamente dentro e fora, estarei de acordo e fazendo propaganda.

                            Então, nessas condições, o ES deveria se tornar eminentemente exportador, como o Japão, a Coréia, os tigres, os dragões, a China, os asiáticos todos. Territorialmente inexpressivo, o ES deve seguir a mesma senda do Japão e dos países pequenos, que investem pesadamente em tecnociência e em conhecimento, na reeducação de seu povo e de suas elites.

                            Agora, é questão de as lideranças capixabas se conscientizarem, de existir um governante que pelo menos tenha visão-de-mundo de estadista, de construtor de estado. Esse governante não surgiu ainda. Há tanto para fazer e muito pouco feito. Há milhares de tarefas, cada uma das quais já necessitaria uma vida. Daí ser preciso juntar muitos milhares de vidas brilhantes para fazer o ES dar esse salto. Em particular o salto exportador. Os transportes aéreos, terrestres, aquáticos e comunicativos ou de telecomunicações são o zênite de nossas existências.

                            Que esse governante surja, pois, para fazer a obra de libertação do povelite capixaba.
                            Vitória, quinta-feira, 29 de agosto de 2002.

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