Explorando os 2,5 %
Acreditei
no modelo que a margem estatística de erro sendo de 5 % poderíamos dizer que um
vigésimo da esquerda seria 2,5 % e outro tanto da direita mais 2,5 %. Passei a
adotar essas frações como definidoras de várias coisas. Por exemplo, se há
qualquer par polar oposto/complementar, tirando 2,5 de 100 % ficamos com 97,5 %
de não-extremadamente ruins. Ou seja, há 2,5 % de bons, 47,5 % de cooptáveis
para o bem, 47,5 % de cooptáveis para o mal e 2,5 % de ruins, definitivamente
ruins. Nada que se faça vai torná-los bons, nada mesmo. Eles vão ser
permanentemente ruins em qualquer situação. Se tudo for feito a favor eles
reclamarão da felicidade.
E
assim por diante, otimistas e pessimistas, pombas e gaviões, oferecidos e
resistentes. Ressalta que os 2,5 % estarão sempre chamando os seus 47,5 % e
tentarão cooptar os outros 47,5 % que não são seus, mas podem ficar tão
indiferentes ao contrário que é como se fossem. Isto é, em algum momento 97,5 %
da população podem ser anti-governistas. Nessa extremização polar a mola ou
tensor dialético estará armado ao máximo, com a máxima potência de retorno.
Quando o retorno se der os que estiverem contra os 2,5 % que passam a liderar
serão massacrados – haverá nova extremização, mas para o oposto/complementar,
até a energia se gastar, até o esvaziamento. Exemplos podem ser vistos em toda
a geo-história, digamos no Terror francês, basta triar, vascular a GH.
Agora, se o
mundo fosse reduzido aos 2,5 %, eles passariam a ser 100 %, porque é
estatístico. Ou seja, se o mundo fosse reduzido aos 2,5 % de fiéis, dentro
deles começariam a surgir os novos infiéis, e assim por diante para todo o
dicionário. Em resumo, o mundo retornaria a tudo que é agoraqui, de outra
forma, com outros nomes, desde que houvesse tempo suficiente para o ciclo
dialógico, ou as condições fossem as mesmas. Como nunca podem ser exatamente as
mesmas, o desenho evidentemente nunca é o mesmo, também. Mas é semelhante. Por
outro lado, se tentassem zerar os 2,5 % da esquerda ou da direita, ou ambos,
eles reemergiriam, reassumiriam suas prerrogativas.
Creio
que toda uma sintanálise nova surgirá da avaliação desse problemassolução dos
1/40.
Para
todas as palavras do Dicionário, onde estão seus 2,5 % representantes? Onde os
2,5 % de prescientes, onde os 2,5 % de ejaculadores precoces que nunca serão
curados? Onde os 2,5 % de ébrios para os quais as tentativas de cura
constituirão tortura? Aqueles que estarão embriagados sem sequer beber? E onde
e em quantos indivíduos estão as palavras do Dicionário espalhadas? Porque é
certo que haverá um egoísta entre os ébrios, com seis bilhões de pessoas – o
que vem colocar questões muito interessantes. E aquelas pessoas que são
permanentemente azaradas? E outras, que são sempre sortudas, como o Forrest
Gump? Não é um pensamento interessante?
Vitória, segunda-feira, 26 de agosto de
2002.
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