Espalhamento

 

Parodiando o ditado, não acredito em idiotas, mas que eles existem, existem. Não confunda com os ignorantes, pois estes são aqueles que não sabem algo: TODOS os seres humanos do passado, do presente e do futuro foram, são ou serão ignorantes ou desconhecedores ou incapazes de algo. Eu, por exemplo, sou um dos grandes, porque vivo comprando livros, pelo menos sei que ignoro, enquanto há muitos que são mais, porque ignoram que sabem pouco – alguns até se jactam disso. A ignorância tem outro sentido, de brutalidade, isso não sou, mas sou firme.

O POÇO DA IGNORÂNCIA (as classes do TER do saber)

E	D	C		B	A
Miseráveis.	Pobres.	Médios.		Médio-altos.	Ricos.
Metade ou 50 % sabem quase nada.			Metade ou 50 % sabem mais.
Estes são empurrados ou puxados para frente.			São estes que penosamente nos levam para diante.
Vagões, os grandes vagos.			Locomotiva.

Como já coloquei, rico é quem tem, pobres são todos; rico é relativo, pobre é absoluto. Os ricos em saber são os que sabem algo; neste sentido devo estar na média, não gosto de, como diz o povo brasileiro, “charlar” minha ausência de saber (até porque demoraria muito tempo listar), ficar expondo-o, sou um desconhecedor muito simples, não proclamo minha falta de saber (mas aqui, por questão de método, tenho de falar dela).

Já outros fazem questão.

Posto o que é ignorância (não há porque se envergonhar, todos somos, por exemplo, os ignorantes podem atingir a presidência em toda parte, especialmente no Brasil, só mais recentemente temos vários exemplos, FHCB, Lulambão, Dilmandona), vamos à idiotice.

Idiota é aquele a que falta potência dialógica, dialética-lógica, quer dizer, nem consegue correlacionar os pares de elementos para produzir um terceiro quanto lhe falta competência de identificação.

Enquanto a ignorância não é perigosa (você pode se esforçar e supri-la), a idiotia é, e tem as mesmas cinco classes, desde os extremamente idiotas até os pouco imbecis. A ignorância pode ser provisória, falta de memória, a idiotia é permanente, falta de inteligência – esta contamina os ambientes, espalha-se, é cumulativa no cometimento de erros e mais erros, tanto quanto acertos, tendem a reencarnar, o que chamei de outra Samsara, a roda das reencarnações.

Alguém faz uma bobagem nova hoje e ela entra no sistema, vai acumulando, ela se ESPALHA pelo mundo inteiro, em algum momento chega aos lugares mais distantes. E duram no tempo, as bobagens cometidas em Roma há 2.500 anos ou no Egito há 5.100 anos continuam aí em algum lugar, assim como o Escravismo geral, o Feudalismo geral, que não foram embora, estão submersos. O Nazismo geral não é temporal, não aconteceu apenas na faixa de 1933 a 1945, a do o Reich/Império de mil anos compactado em 12.

Fica conosco para sempre!

Esse é o espalhamento mais perigoso, a reedição anual dos erros.

ENTÃO, EIS O SANDUICHE

De cima para baixo O Achatamento e A Sensação de Esmagamento e o Olhar de Deus (vá ler), a primeira a compressão que o olhar do não-finito impõe, a segunda sendo esta sensação que temos de tal visão (disso nos salva tanto o Amor de Deus quanto nossa imitação canhestra, o amar humano).

Em baixo a ignorância, que até pode ser estímulo para completamento, e a idiotia que se espalha com a complacência, o tapinha no ombro, e a auto complacência, o auto abraço.

Isso me faz pensar que os seres humanos são, em medida bem larga, fortes, porque, meu irmão, para levar é difícil, não é à toa que alguns pedem uma cachaça. Desculpe o desabafo, você não tem nada com isso.

Serra, segunda-feira, 14 de dezembro de 2015.

GAVA.