A Causa da Queda de Atlântida
Do Guardião a D’us:
Meu Senhor, há 20 milênios, anos
circunsolares deste mundo a que me mandaste fiz cair nave invasora de 400 km de
diâmetro nas proximidades do paralelo que é agora chamado Trópico de Câncer, no
lugar antes denominado Mar de Sargaços e hoje Triângulo das Bermudas pelos
locais, vossos filhos planejados.
Por oito mil anos ela ficou à
superfície, estacionada sobre os picos submersos da região das Bermudas;
desenvolveu uma cultura parcial, montando planos de recuperação, tentando
instruir uma cultura local que fosse capaz de consertá-la e levá-la de novo aos
céus longe da minha intervenção ordenada. Como esperado, os nativos não tinham
muita capacidade e pouco puderam fazer naqueles tempos, além do quê procurei impedi-la,
segundo vossas orientações sobre povos invasores.
Durante a Glaciação de Wisconsin
(segundo os americanos) ou de Worms (segundo os europeus) as águas dos oceanos
desceram 160 metros (de 115 a 12 mil anos atrás) e a nave ficou outro tanto
visível, como área que foi por oito milênios sendo coberta de solo e cultivada
plenamente. Cultura dominante se estabeleceu no local e tentou controlar a
Terra. Conhecida como Atlântida, a nave-ilha foi adorada em razão de suas
construções simétricas circulares, com a torre central em forma de
cone-pirâmide; era meramente a antena da nave, mas os nativos se dispuseram a
culto idólatra.
A nave continuou a gerar energia
residual, o que faz ainda, elevando coluna de calor criador dos sargaços acima.
Observei-a todos esses milênios e
algumas vezes me diverti atrapalhando seus planos.
Entrementes, o afundamento dela foi
casual.
Com o fim da glaciação choveu durante
mil anos.
A neve acumulada derreteu na mais
recente (ainda em curso) bola de fogo, as águas elevaram-se, acumulando
tremendo peso sobre as bordas redondas da nave e com o tempo tal massa de água
foi demais para os picos abaixo, afundando-a da noite para o dia. No decorrer
de horas a nave foi ao fundo, dando-me descanso por alguns milênios, do 12º ao
6º. Todos os planos de conquista deles foram literalmente para o fundo do mar. Só
sobraram os navios que estavam longe ou aqueles que tinham prevenidamente
migrado.
Eventualmente, diversas vezes,
tentaram conquistar a Europa, a África, as Américas e até lugares mais distantes,
mas armei os nativos contrários e eles sempre foram derrotados.
Os atlantes verdadeiros estão
dormindo.
Estão longe de serem as pessoas
boazinhas dos mitos.
Não os deixei acordar, mas de vez em
quando a inteligência da nave (longe está ela de poder disputar comigo) liberta
simulacros info-cibernéticos humanóides, século após século. Divirto-me, Meu
Senhor. Mais recentemente ela tem sido mais constante e tenho enviado meus
anjos à caça. Os simulacros apreendem aqui e ali uns e outros humanos, por vezes
libertam-nos, dizendo-se eles abduzidos. Os simulacros os dissecam, na
esperança de conseguir reproduzi-los, mas tenho estado vigilante. Por vezes até
se apoderam de suas consciências aqui e acolá, tudo dentro do planejamento de
Meu Senhor.
Há 300 mil anos estou aqui, velando
por sua criação, interferindo minimamente na geração da Natureza local.
Quando vosso filho primeiro chegou com
sua consorte, há perto de seis milênios, os atlantes dispuseram-se a opor-se a
sua presença ordenada. Haviam se disseminado os “descendentes” dos atlantes,
desde o afundamento, para norte até a América do Norte, para sul até a América
do Sul, para leste até a África. Difundiram suas crenças no que ficou sendo o
Egito, de onde elas se espalharam. Construíram pirâmides dessemelhantes das
suas e dali planejaram contaminar a cultura mundial futura.
Durante esses 300 milênios desde o
aparecimento dos neanderthais e da língua venho gravando absolutamente tudo,
que envio em acordo com suas instruções. Estando chegando os dias do vosso
planejamento, peço instruções diretas: se procedi corretamente, o que fazer a
seguir? Que correções proceder?
Devo intervir?
Os bilhões de anjos estão de
prontidão.
As armas da cultura local, tanto a
fração descendente dos atlantes quanto a fração vinda de vossos filhos
divididos em puros e impuros não seriam páreo nem mesmo para pequena parte dos
meus recursos.
Que devo fazer?
Agora mesmo estão planejando trazer a
nave de volta à superfície, visando copiar seus conhecimentos, acreditando
estarem mortos os atlantes.
Devo vaporizar a nave?
O que fazer?
Serra, sábado, 24 de outubro de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário