Obras Públicas

 

Mais de 40 anos atrás comecei a insistir no “valor do voto”, que empossava todos dos governos, todos os que estávamos colocando nos cargos com nosso mero voto individual. Em 2012 veio o Mensalão e de 2014 até agora a Lava Jato, com suas dezenas de operações da Procuradoria e da Polícia Federal, o conjunto mais clamoroso do mundo, de arraste corrupto estimado de 10 trilhões de reais, roubalheira difícil até de pensar.

Relativamente em tempo recente, sugeri fossem as obras públicas comunicadas não somente por seu valor, mas em detalhes, para que as pessoas pudessem apreçar os custos dos materiais que as empresas superfaturam para oferecer (com nosso suor) as propinas de destinação, como no caso da Odebrecht e das outras 10 empreiteiras – tudo que está sendo exposto nestes anos em que os brasileiros estamos vendo como nos achincalharam ou abusaram barbaramente nos governos desde 1985.

Agora com a Web tudo isso é possível, é fácil a fiscalização pelas entidades e órgãos civis, tipo escritórios de profissionais em atividades pro bono (há muita gente boa espalhada por aí, as locomotivas da humanidade). O impostômetro (é falso, quer precisão demais, não indica nada quantitativo, só qualitativo) diz em 05/07/2018 de 1,2 trilhão arrecadados, enquanto em 2016, segundo a ACSP, Associação Comercial de São Paulo, teria sido de 2,0 trilhões. Como ainda faltam cinco meses, digamos mesmo média de dois trilhões – é MUITO dinheiro, fora a sonegação de 60 % que pagamos, todos que compramos. Contando a sonegação, podemos estimar que estamos pagando 2,5 vezes esse montante, nada menos que cinco trilhões/ano. É dessa quantidade que estamos falando, 20 trilhões em 10 anos, algo assustador para qualquer um: se não pudermos empregar um tempo em controlar essa fortuna, o que faremos de nossas vidas? Não faremos, eles é que fazem, deitam e rolam em nosso suado dinheirinho.

Parafraseando, o preço da liberdade socioeconômica é a eterna vigilância sobre o Governo geral nos três poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário), porque muitos roubam e pode crer que não são galinhas.

COMPARAÇÃO (deveria ser geral, com os acertos da sonegação)

Se as obras são públicas, com dinheiro do povo, este deveria vigiá-las com o máximo de atenção: quem daria sequer 50 reais a criança sem pedir contas?

Vitória, quinta-feira, 5 de julho de 2018.

GAVA.