segunda-feira, 16 de julho de 2018


Antiguidades e Exclusão

 

A gente vê todo esse pessoal acumulando e superacumulando (como o Cidadão Kane de Orson Welles) todo tipo de “preciosidade” (a ganância e o prazer doentio de ter o “precioso” primeiro dos anéis em O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien) que consome as pessoas em excesso de preocupação de posse e guarda.

ALEM DISSO, É EXCLUSIVO (nos dois sentidos, de ser de um só e de excluir os demais seres humanos) – o proprietário se sente superfeliz de só ele ter e mais ninguém, e paga milhões de dólares por isso.

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É a ânsia de excluir os demais: só aquele indivíduo em 6,5 bilhões de pessoas possui aquele determinado item.

O mundo atual proporciona cada vez mais isso, na medida em que novas descobertas paleontológicas, antropológicas, arqueológicas e geo-históricas exibíveis (pois existem os ladrões que roubam e não podem expor, mantendo fechado a sete chaves para verem sozinhos em reclusão de culpa) estão sendo feitas todo ano. Quando se descobre um novo sítio arqueológico é um furor de compradores potenciais em torno dos funcionários, que assim pensam enriquecer furtando objetos pequenos e grandes, assaltando os lugares e por aí afora.

NÃO É SÓ A BELEZA E A REVERÊNCIA PELO TRABALHO E O CONHECIMENTO (é a certeza do ultrapassamento: ter visto pela primeira vez, saber antes de todos e cada um e assim por diante)

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É claro que isso só mostra a pequenez de uns e outros, compradores e vendedores. É preciso analisar essa psicologia, essa racionalidade desejosa da exclusividade e da exclusão, que não se sente vexada de ter sozinha: que sentimento esquisito! Esse não-partilhamento é extraordinário no pior sentido, no sentido do defeito moral mesmo.

Vitória, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007.

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