Antiguidades e
Exclusão
A gente vê todo esse pessoal acumulando e
superacumulando (como o Cidadão Kane
de Orson Welles) todo tipo de “preciosidade” (a ganância e o prazer doentio de
ter o “precioso” primeiro dos anéis em O
Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien) que consome as pessoas em excesso de
preocupação de posse e guarda.
ALEM DISSO, É
EXCLUSIVO
(nos dois sentidos, de ser de um só e de excluir os demais seres humanos) – o
proprietário se sente superfeliz de só ele ter e mais ninguém, e paga milhões
de dólares por isso.
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É a ânsia de excluir os demais: só aquele
indivíduo em 6,5 bilhões de pessoas possui aquele determinado item.
O mundo atual proporciona cada vez mais isso,
na medida em que novas descobertas paleontológicas, antropológicas,
arqueológicas e geo-históricas exibíveis (pois existem os ladrões que roubam e
não podem expor, mantendo fechado a sete chaves para verem sozinhos em reclusão
de culpa) estão sendo feitas todo ano. Quando se descobre um novo sítio
arqueológico é um furor de compradores potenciais em torno dos funcionários,
que assim pensam enriquecer furtando objetos pequenos e grandes, assaltando os
lugares e por aí afora.
NÃO É SÓ A BELEZA E A
REVERÊNCIA PELO TRABALHO E O CONHECIMENTO (é a certeza do ultrapassamento: ter
visto pela primeira vez, saber antes de todos e cada um e assim por diante)
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É claro que isso só mostra a pequenez de uns
e outros, compradores e vendedores. É preciso analisar essa psicologia, essa
racionalidade desejosa da exclusividade e da exclusão, que não se sente vexada
de ter sozinha: que sentimento esquisito! Esse não-partilhamento é
extraordinário no pior sentido, no sentido do defeito moral mesmo.
Vitória, quarta-feira, 28 de fevereiro de
2007.
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