quarta-feira, 20 de junho de 2018


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Nenhum de nós está em momento algum de sua vida completamente próximo de alguém, nem no útero.

Quando você se deita sobre o lençol ou se cobre com a coberta só uma parte delas o toca, não a totalidade, pois tudo é pelo lado de fora forma (forma = FORA na Rede Cognata; superfície = PELE = PARTE). Quando sentamos na cadeira os átomos exteriores de nossas nádegas tocam a bermuda que toca a cadeira – são vapores eletromagnéticos em transação.

Não há como atingir o interior.

Mesmo no útero nossa pele exterior toca o interior de nossa mãe; através do canal de transferência de alimento, nossa boca-uterina, cordão umbilical ligado à placenta, também só tocamos exteriores. Interior é o conceito, a substância ideal. Isso só podemos ter em i (ELI, Elea, Ele/Ela, Deus/Natureza como tríade), o não-finito, pois só em i podemos ESTAR COMPLETAMENTE EM CONTATO.

Fora isso estamos em solidão.

EM RACIONALIDADE, partidos jamais estaremos completos POR DEFINIÇÃO – só em i retornaremos à completude. Não é a toa que existe em nós esse anelo, essa saudade infindável que procuramos preencher com falsas proximidades (proximidades = FALSAS = PROJEÇÕES = SECREÇÕES e segue), com interações contínuas por palavras, atos e gestos, inclusive através do sexo e do amor, com companhias.

Não há jeito.

Pensar nos garante que jamais poderemos EM RACIONALIDADE estar juntos, verdadeiramente juntos, completamente juntos. Estamos sempre parcialmente juntos, seccionalmente juntos, por seções-de-toque, frações com frações, partes com partes. Procuramos a vida toda estar juntos, mas não há jeito, serão sempre baldados os esforços. O único jeito verdadeiro é nos dirigirmos a i.

E onde está i?

Está em toda parte, claro, pois tudo é o não-finito.

Entrementes, não podemos sair de nós e tocá-lo fora de nós, pois nosso toque é antes de tudo nosso; e nós estamos, antes de tudo, no interior do corpo, mais que no exterior – a solução já estava dada desde o princípio, pois i pode ser visto em nosso interior, EM COMUNHÃO, introjetadamente. Ir a uma igreja ou a um templo não nos leva para junto de i, exceto no sentido de que ao irmos, irmos em corpo, já levamos o nosso interior; isso podemos fazer também em casa. A razão de ir às reuniões religiosas é para estar junto de outros adoradores, o que também é válido, rezar em grupo.

Vitória, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007.

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