O Consórcio do
Preto Leo com o Preto Brás
O petróleo e a Petrobrás vão de
vento em popa. Não sei se coincide com o envio dos meus escritos à Petrobrás,
mas o fato é que o fundo do poço se dará em 2011 com saída da crucialidade
inferior em 2015 (é mais complicado que isso, mas fiquemos assim).
A
Gazeta de sábado 04
de novembro de 2006 publicou matéria de capa “Produção de petróleo vai crescer 70 % no Estado”, saindo dos atuais
80 mil barris/dia para 140 mil barris/dia imediatamente em 2007, com a entrada
em funcionamento da P34, plataforma-navio que estava em reparos no Espírito
Santo.
OUTRAS
PREVISÕES
EVENTO
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PREVISÃO
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Plataforma FPSO Cidade de Vitória
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Abril 2007
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FPSO de Golfinho
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Segundo semestre de 2008
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P57 em substituição da P34
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2010
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Navio-plataforma P58 de Cachalote
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2011 ou 2012
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Tudo isso em conjunto levará a
produção a 315 mil barris/dia.
No documento O Impacto dos Royalties na Economia e nas Finanças Públicas do Estado
do Espírito Santo e Seus Municípios, UFES/2005, de Sávio Bertochi Caçador,
15,8 mil/barris dia renderam em valores corrigidos perto de 60 milhões de reais
(por ano, certamente). Agora estamos (80 mil/15,8 mil =) em pouco mais de 5x,
ou seja, R$ 300 milhões/ano. Com a subida para 140 mil barris/dia chegaremos a
(140/80 =) 1,75x ou R$ 525 milhões/ano; com 315 mil barris/dia a (315/140 =)
2,25x ou mais de R$ 1.180 milhões em apenas mais cinco ou seis anos.
O que o estado do Espírito Santo e
seus municípios vão fazer “com tanto dinheiro”? Com certeza, gastarão.
“Dinheiro na mão é vendaval”, diz a música de Paulinho da Viola. Gastarão como
novos-ricos, pois não existe política estatal de poupança.
Em todo caso é só o começo, pois o
consumo brasileiro passa os 2,0 milhões de barris/dia e mesmo os 315 mil do
Espírito Santo pouco passariam de 15 % ou menos de 1/6 do total atual. Então,
existe muito espaço para crescimento da participação. Só que diferentemente do
estado do Rio de Janeiro cuja população era de 14,4 milhões em 2000 e pode ser
agora 16,0 milhões a do Espírito Santo é de uns 3,3 milhões, portanto pouco
mais de 20 % ou 1/5 em território equivalente – há menos gente a atender, com
pleitos menos exigentes; conseqüentemente tal crescimento equivalerá a uma
revolução econômica, atraindo muita gente e investimentos. Um “milagre
econômico” chinês, digamos assim, crescimento rápido na casa da dezena de
porcento durante várias décadas, talvez. É um novo momento da vida local, cheio
de disparidades provindas do orgulho ostentatório ou exibitório sem dúvida
alguma.
Vitória, domingo, 05 de novembro de
2006.
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