A Chegada das
Prisioneiras
Não são, mas são.
Atualmente as
empregadas domésticas têm carteira assinada, pagam-se a elas os direitos
sociais (é extremamente complexo admitir ou dispensar, existem leis demais).
Quando pedalei cedo
no calçadão em Camburi ou descendo a ladeira de casa para chegar lá, via-as
vindo, umas às seis da manhã ou sete ou oito. Cumprem oito horas diárias de
segunda a sexta, quatro horas ao sábado, 11 meses, menos feriados e domingos e
férias no 12º mês. Ganham salário mínimo, hoje em 954 reais, com os direitos dava
a que me ajudava 18 mil por ano (só que esta ficava quatro horas). Com as duas
horas de descanso no almoço, são 10 horas longe de casa, não contando as
conduções, no mínimo duas, podendo chegar até seis nas cidades gigantes, em geral
quatro no Espírito Santo, não levando em conta a espera nos terminais.
Vida de cão
domesticado, ainda considerada melhor que de outros braçais e trabalhadores
rurais.
Já falei sobre
fazer um jornal, um diário para elas, mas ninguém escuta mesmo. Seria preciso investigar
a fundo, toda a mídia respondendo a elas (raramente seriam domésticos, os
maridos não gostariam nada, embora existam agora limpadores em firmas).
QUE
VIDA!
(Respeito-as muito, a todos os trabalhadores) – pegaram para as fotografias
artistas bonitas, não as esfarrapadas.
Não são prisioneiras, podem deixar seus
empregos, podem mudar de país, de estado ou de cidade, podem mudar de ideia e
ir para a roça, são livres, mas como todos nós cheias de compromissos
individuais ou familiares.
Vitória, quarta-feira, 23 de maio de 2018.
GAVA.
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