quarta-feira, 23 de maio de 2018


A Chegada das Prisioneiras

 

Não são, mas são.

Atualmente as empregadas domésticas têm carteira assinada, pagam-se a elas os direitos sociais (é extremamente complexo admitir ou dispensar, existem leis demais).

Quando pedalei cedo no calçadão em Camburi ou descendo a ladeira de casa para chegar lá, via-as vindo, umas às seis da manhã ou sete ou oito. Cumprem oito horas diárias de segunda a sexta, quatro horas ao sábado, 11 meses, menos feriados e domingos e férias no 12º mês. Ganham salário mínimo, hoje em 954 reais, com os direitos dava a que me ajudava 18 mil por ano (só que esta ficava quatro horas). Com as duas horas de descanso no almoço, são 10 horas longe de casa, não contando as conduções, no mínimo duas, podendo chegar até seis nas cidades gigantes, em geral quatro no Espírito Santo, não levando em conta a espera nos terminais.

Vida de cão domesticado, ainda considerada melhor que de outros braçais e trabalhadores rurais.

Já falei sobre fazer um jornal, um diário para elas, mas ninguém escuta mesmo. Seria preciso investigar a fundo, toda a mídia respondendo a elas (raramente seriam domésticos, os maridos não gostariam nada, embora existam agora limpadores em firmas).

QUE VIDA! (Respeito-as muito, a todos os trabalhadores) – pegaram para as fotografias artistas bonitas, não as esfarrapadas.

Resultado de imagem para empregada doméstica
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Não são prisioneiras, podem deixar seus empregos, podem mudar de país, de estado ou de cidade, podem mudar de ideia e ir para a roça, são livres, mas como todos nós cheias de compromissos individuais ou familiares.

Vitória, quarta-feira, 23 de maio de 2018.

GAVA.

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