sexta-feira, 24 de novembro de 2017


A Realidade Sobrenatural em que Vivemos

 

                            Marcelo Gleiser diz em seu livro O Fim da Terra e do Céu (O Apocalipse na Ciência e na Religião), São Paulo, Cia. das Letras, 2001, p. 17: “Nós buscamos significado, ajuda, companheirismo. Precisamos de algo além de lembranças e sonhos: precisamos de esperança. Talvez, se fôssemos capazes de transcender as limitações de nossa curta vida, de existir em uma realidade sobrenatural, pudéssemos até suspender a passagem do tempo”, negrito e itálico meus.

                            Tenho novidades:

1.       Somos capazes de transcender as limitações de nossa curta vida: o ser humano viva um bilhão de batidas do coração (conforme mostrou Asimov) ou 25 anos há 10 mil anos, agora vive três ou quatro vezes isso, de 75 a 100 anos como PESSOA (indivíduo, família, grupo e empresa) de vida cada vez mais ampla em todos os sentidos, em AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) cada vez mais dilatados;

2.       Somos capazes de existir em uma realidade sobrenatural: existia antes somente a realidade físico-química, mas agora temos a realidade biológica-p.2 e psicológica-p.3. Quando vínhamos RP (foi colega de ginásio e de segundo grau em Linhares, fez matemática na UFES - Universidade Federal do Espírito Santo - e mestrado não sei onde, ocupou cargo no campus de São Mateus, agora está na UFES, onde ocupa cargo de confiança, creio) de ônibus do centro da cidade de Vitória logo no começo em 1972 eu dizia a ele da segunda natureza (foi de onde saiu o modelo) e ele insistentemente perguntava “e daí?”, mostrando com tal indelicadeza falta de tato e esperteza (o que demonstra que para conseguir cargo importante no Brasil não é necessário nenhuma daquelas qualidades). Quero dizer, Gleiser, que de fato estamos, estamos na segunda natureza, a psicológica-p.3, o mundo da cultura, o mundo nacional, o mundo psicológico, humano. Já é supernatural de segundo grau, porque a biologia é supernatureza de primeiro grau;

3.      Somos capazes de suspender a passagem do tempo: onde antes uma hora valia em cada indivíduo somente uma hora (como para cada chimpanzé), agora cada hora do planeta equivale a 6,4 bilhões de horas da humanidade, ou seja, o tempo natural foi multiplicado pela quantidade de seres humanos. Então, o tempo foi através da língua e outros artifícios suspenso na ordem de 1/6,4. 109, quase 1/1010.

Veja só o que são as coisas. Nós fomos capazes, coletivamente, de fazer tudo aquilo. E mal começamos.

Vitória, agosto de 2005.

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