As Ilusões de que Big Man se Livrou

 

                            Veja neste Livro 131 o texto Little Man a Extraordinária Transformação do Queridinho em Guerreiro para início de conversa.

A dolorosa passagem

DESSE SALTO É QUE FALO (as mulheres não passam por ele, não há para elas solução de continuidade, fosso a atravessar, exceto nas gravidezes, mas estas são rejeições internas, invasões pelos parasitas)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

 

 

É uma transformação muito violenta.

A falta dos ritos de passagem (inclusive a supressão das gangues) levou certamente à desagregação. De modo algum estou pregando a volta das gangues, seria ridículo, até por ser coisa violenta e inadmissível. Só estou falando das soluções intermediárias que a Natureza buscou. Ficaram os trotes, quase também abolidos, e outras simbolizações.

Os homens não vêm sendo mais preparados para serem homens, porisso uma grande parte caiu nas bandalheiras, inclusive as sexuais, que as mulheres no fundo detestam.

AS ILUSÕES DEIXADAS PARA TRÁS (são muitas, vou listar apenas algumas)          

·       Ideia de um destino especial destacado dos demais, que vinha da adulação por mamãe;

·       Esperança de atenção constante;

·       Água quentinha para o banho, dormir até tarde nos finais de semana, comidinhas especiais; roupinhas bonitinhas e alinhadas, presente de Natal, tratamento das feridas, todo trabalho evitado pela mãe e irmãs, conversas com papai;

·       Brincadeiras, brincadeiras, brincadeiras;

·       Enfrentamentos brandos, tudo cuidadosamente preparado;

·       Muitas outras (você listará dezenas, conforme suas experiências particulares).

Enfim, quando Big Man olha para Little Man pensa: “ah, como eu era tolo”. Claro que não era, eram outros tempos e era assim mesmo que tinha de ser. Ser criança é o prêmio (antecipado) de ser adulto.

Vitória, agosto de 2005.