sábado, 9 de setembro de 2017


Varrição e a Limpeza Mais Perfeita

 

                            Ia passando de ônibus em Jucutuquara e vi na calçada uma mulher varrendo, uma gari com o uniforme próprio, em geral abóbora; usam vassouras grandes, de base larga, que puxam muita coisa de uma vez, mas produzem uma varrição incompleta e insatisfatória, coisa das massas, coisas populares, dedicadas descuidadamente pelas elites ao povo. As cidades são varridas assim: contratam mulheres por baixos salários - domésticas que são tiradas do serviço caseiro, cumprindo com isso dupla escala de trabalho - pelo salário mínimo de agora, que está em R$ 260, cerca de 100 dólares, devendo subir em abril para R$ 300, uma insignificância. A constituição diz que as horas trabalhadas por ano pelo operário devem ser 2.112 (11 meses ou 48 semanas, 44 horas/semana); assim, 13,33 salários de R$ 300 por ano, dividido por 2.112 dá menos de R$ 1,90 por hora trabalhada (preço de uma cerveja, pouco mais que uma passagem urbana).

                            A varrição é espantosamente displicente, o que vem da ausência de chefia (elas tendem a torturar os trabalhadores) ou de chefia amorosa, de identidade de propósitos, de idéia de correção e de uma série de fatores que não vale a pena analisar aqui (embora fizesse todo sentido fazê-lo num livro). Como eu já disse, enquanto não forem adotadas aquelas máquinas propostas para varrição, o significado será sempre o do desprezo das elites pelos povos.

                            Claro, a limpeza mais perfeita nos diria que você é amado. Significaria que você está sendo convenientemente limpo na cidade/município, no estado, na nação, no mundo.

                            SE existissem tais programáquinas, SE atrás delas ainda viesse um povo dedicado limpando tudo certinho com a maior dedicação e que por esse serviço recebesse salários convenientes, SE víssemos ruas e praças brilhando esta nação teria dado um salto de qualidade.

                            A distância que vai da simples varrição desleixada e a limpeza mais perfeita é aquela entre os primitivos e os civilizados, entre os capazes de dar o salto para o futuro mais avançado e aqueles que estão retornando ao passado, mesmo quando arrastados pelos mais produtivos de agoraqui.

                            Vitória, quinta-feira, 24 de março de 2005.

                           

O SERVIÇO, QUE É MUITO SÉRIO, É TRATADO COM DESMAZÊLO PELOS AGENTES DA AUTORIDADE DA LEI (o que existe mais é propaganda governamental)

RESÍDUOS SÓLIDOS
Limpeza e saneamento
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saneamento como o controle de fatores que atuam sobre o meio ambiente e que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social do homem. Dentro dessa definição encaixa-se a Limpeza Urbana que engloba, além de outros serviços, a coleta, o tratamento e a destinação final do lixo ou resíduos sólidos. Como serviço prestado ao público, a Limpeza Urbana deve sua importância basicamente a dois aspectos: relação direta com a saúde do homem através do seu contato com o lixo, diretamente ou de forma indireta, através de vetores transmissores de doenças, como moscas, ratos e baratas, e da contaminação da água e do solo; à possibilidade de provocar danos ao meio ambiente (solo, água e ar) através do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos.

A LIMPEZA DO MUNDO (um artigo na Internet que menciona a limpeza urbana, sem falar na limpeza rural, que nem existe)

O FUTURO DAS CIDADES - Maria da Glória Gohn *
Este artigo é fruto de minha participação em uma conferência ocorrida em Julho de 1999 em Xangai, China, sobre o "O Futuro das Cidades". Ele tem um duplo objetivo: delinear o cenário das cidades num futuro próximo e sistematizar algumas propostas de encaminhamento de seus problemas via a participação da sociedade civil. GEMDEC/FE/UNICAMP – mgohn@obelix.unicamp.br

O SERVIÇO NÃO É BOM, MAS A COBRANÇA É FEITA DE QUALQUER MODO (o Estado nunca diminui a carga de tributos, que chegaram a ser 58 e agora, dizem, já são 72)

Coleta de lixo e limpeza urbana ainda são precárias no Brasil, mostra pesquisa
03 de Dezembro de 2004
Brasília - O Ministério das Cidades divulgou nesta sexta-feira o diagnóstico sobre a coleta e tratamento de lixo no país. Apenas 20,3% dos municípios pesquisados têm aterros sanitários dentro dos padrões definidos pela legislação ambiental brasileira. (Fonte: Agência Brasil)

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