Tudo em Volta de
Jericó
Como já vimos,
tivemos Jericó no Mar Morto, próximo de Jerusalém, em Israel em nove mil antes
de Cristo e depois Çatal Huyuk na Turquia em seis mil e quinhentos a.C., 2.500
anos depois. Dois mil e quinhentos anos não são fichinha em termos humanos, os
seres humanos são muito diligentes. Qual a chance de como diz o povo terem
descoberto a primeira cidade assim “de prima”? Para tudo se aplica a Curva do
Sino (CS) ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas.
LEVANDO EM CONTA O DESENVOLVIMENTO
·
CS
das cavernas
·
CS
das pós-cavernas
·
CS
das pré-cidades
·
CS
das cidades
O rabo da CS das cidades estava
mergulhado lá nas pré-cidades, todas elas “competindo” acidentalmente para
criar a primeira cidade; vários milhares delas estavam nas mesmas pré-condições
e de qualquer uma poderia ter emergido uma cidade legítima. Porque se daria
exatamente em Jericó? Evidentemente Jericó não sabia que ela era “exatamente”;
e se por acaso descobriram mesmo logo a primeira? Pode acontecer, mas a chance
é mínima. É como se as 5,5 mil cidades brasileiras atuais tivessem sido
soterradas e viesse um arqueólogo do futuro e tentasse descobrir sem maiores
informações qual teria sido a primeira a ser fundada; NÓS sabemos que os
descobridores portugueses vieram pelo mar, o que limita à costa de 8,5 mil km,
mas mesmo assim seria muito. Eles, no entanto, se viessem do espaço sem saber
de nada não teriam esse conforto da redução.
Enfim, as chances de Jericó ser mesmo
a primeira são muito pequenas, mas mesmo assim ela interessa demais e em volta
dela tudo que foi feito, todos os traços econômicos
agropecuários/extrativistas, industriais, de comércio, de serviços e bancários
(estes não vão existir), todos os traços do processo de urbanização. Por
centenas de quilômetros quadrados os arqueólogos devem pesquisar, porque se
trata de saber como foi dado o salto de pré-cidade para cidade. Como já
perguntei de outro modo, que é que levou à aglomeração? Que forças psicológicas
juntaram aquela gente?
Vitória, sexta-feira, 25 de março de
2005.
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